Resumo:
Introdução:
Considerando um currículo integrado e orientado por competência dialógica de acordo com o exposto nas Diretrizes Curriculares Nacionais, a Unidade Educacional Sistematizada (UES) e a Unidade de Prática Profissional (UPP) compõem o currículo de um curso de Medicina de um município do interior paulista. Utilizam-se a Aprendizagem Baseada em Problemas (ABP) na UES e a problematização na UPP como metodologias de ensino, com o objetivo de buscar uma organização que conduza a uma formação coerente com o setor de saúde pública e o cenário de educação nacional. A UES é o foco deste estudo, pois notamos que há divergências entre os docentes sobre o papel do tutor. Com base nisso, a metodologia de ensino vigente na Faculdade de Medicina de Marília (Famema) nos levou aos seguintes questionamentos: “O professor se considera capacitado para atuar no método ABP?” e “De que forma as avaliações contribuem com o processo de ensino-aprendizagem?”. Assim, este trabalho teve por objetivo analisar a compreensão do docente acerca de sua capacitação para atuar na ABP e da pertinência das avaliações no processo ensino-aprendizagem na UES.
Método:
Trata-se de estudo do tipo exploratório-descritivo com abordagem de natureza qualitativa. A coleta de dados se deu pela realização de entrevista semiestruturada com professores que desenvolvem atividades na UES do primeiro ao quarto ano do curso de Medicina, selecionaram-se os participantes a partir de uma amostra não probabilística de intenção, totalizando 16 professores, sendo quatro de cada um dos quatro primeiros anos do curso.No exame dos dados, adotou-se a análise de conteúdo na modalidade temática que permitiu a definição de dois eixos temáticos: desafios para a formação docente e potencialidades e limites do processo de avaliação instituído.
Resultados:
A trajetória da ABP no processo de ensino-aprendizagem sob a ótica dos docentes nos mostrou uma variedade de compreensões. Em relação à formação docente, identificaram-se fragilidades no desenvolvimento do processo tutorial. Além disso, constatou-se que as estratégias utilizadas para a capacitação precisam ser revistas quanto à implementação e à inserção dos profissionais nelas. Observou-se que os docentes demonstram dificuldades em realizar uma avaliação dos estudantes integrando as dimensões afetivas, cognitivas e psicomotoras.
Conclusão:
Assim, independentemente do tempo de implementação do currículo, a educação permanente deve se constituir como espaço potente para a capacitação docente e a gestão do processo.
Palavras-chave:
Aprendizagem Baseada em Problemas; Educação Médica; Ensino