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Formação humanística em medicina por meio da dança em hospital: percepções de alunos

Resumo:

Introdução:

a humanização está relacionada à empatia, acolhimento, e comunicação efetiva, fazendo parte da formação médica. Pela sua natureza, a humanização requer métodos que mobilizem afetos e estimulem pensamento crítico, justificando o uso das artes como ferramenta de ensino. Vasta literatura mostra os benefícios das artes no ensino médico, entretanto ainda há poucos estudos sobre a dança, objeto deste artigo, em que apresentamos uma pesquisa conduzida por estudantes de medicina, cujo objetivo foi investigar a dança em hospital no ensino de humanização, na perspectiva dos estudantes.

Método:

desenhou-se uma pesquisa qualitativa do tipo pesquisa-ação, na qual alunos de medicina executaram coreografias para pacientes, acompanhantes e funcionários em três diferentes enfermarias do hospital-escola. A ação consistiu em ciclos contínuos de planejamento das intervenções, realização, observação, reflexão e replanejamento das ações subsequentes, de forma sistematizada e controlada pelas pesquisadoras. A produção de dados se deu por observação direta, narrativas e grupo focal. Os dados foram analisados pelos métodos de análise de conteúdo e temática.

Resultados:

durante três meses, 17 alunas e 7 alunos entre 18 e 24 anos de idade realizaram a ação, produzindo dados posteriormente classificados em 3 categorias temáticas: 1. Dimensão do afeto: conteúdos de caráter emocional do aluno; 2. Dimensão do cuidado: conteúdos sobre cuidar do paciente; 3. Dimensão da dança: conteúdos sobre dança na formação humanista em medicina. Na triangulação das técnicas, verificou-se que alegria, ansiedade, e percepção da dança como instrumento de criação de vínculo foram expressivas. A vivência da mudança dos lugares socialmente marcados para o estudante e o paciente fez com que o aluno enfrentasse e superasse sentimentos diversos. A dança permitiu o refinamento do olhar e da capacidade de compreender o outro, levando em conta perspectivas convergentes ou divergentes às suas próprias convicções. Por outro lado, os alunos vivenciaram ansiedade e alegria de um encontro consigo mesmo, percebendo a dança como atividade prazerosa e promotora da humanização.

Conclusão:

A dança no hospital provocou vivências e reflexões que estimularam o autoconhecimento, favoreceram a relação estudante-paciente, trouxeram elementos para entender o uso da dança em medicina, especialmente para o ensino da empatia e do cuidado humanizado.

Palavras-chave:
Humanização da Assistência; Educação Médica; Dança; Pesquisa Qualitativa; Empatia

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