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Graduação antecipada do curso de medicina durante a pandemia de COVID-19: avaliação preliminar

Resumo:

Introdução:

O atual surto do novo coronavírus ou Sars-CoV-2, causador da Covid-19, foi relatado pela primeira vez à Organização Mundial da Saúde, pela China, em 31 de dezembro de 2019, sendo declarada pandemia em 11 de março de 2020. Quanto ao espectro clínico da infecção pelo Sars-CoV-2, ele é amplo, variando de quadro assintomático, doença leve do trato respiratório superior, a pneumonia viral grave com insuficiência respiratória e morte. Com uma chance de apresentação clínica grave próxima a 25%, a infecção pelo Sars-CoV-2 pode levar à sobrecarga dos serviços de saúde e aumentar a demanda tanto por recursos materiais como humanos. Para aumentar a disponibilidade de profissionais da área da saúde envolvidos diretamente no atendimento durante a pandemia, o Ministério da Educação autorizou a antecipação da formatura para estudantes de várias áreas da saúde, incluindo Medicina.

Objetivo:

O objetivo do presente artigo é realizar uma avaliação preliminar do impacto da antecipação da graduação para os formandos de Medicina durante a pandemia de Covid-19.

Método:

Trata-se de estudo observacional e transversal realizado por meio da aplicação de questionário com 13 perguntas: em cinco, utilizou-se escala Likert de avaliação; em seis, adotou-se o formato de múltipla escolha; e duas foram descritivas. O questionário foi enviado, via Formulário Google, a alunos de Medicina das universidades de Curitiba, no Paraná, formados no primeiro semestre de 2020, que anteciparam a outorga de grau em razão da pandemia de Covid-19.

Resultados:

Responderam ao questionário 113 formandos, dos quais 101 relataram que já atuam como médicos. Destes, 63,36% afirmaram que estão trabalhando diretamente no atendimento de casos de Covid-19. Sobre a importância da antecipação da outorga de grau, a maioria dos participantes concorda totalmente ou concorda, e apenas três participantes discordam totalmente. Mais da metade dos entrevistados não se sentem prejudicados com a antecipação da outorga de grau. Contudo, 43,3% acreditam que deixaram de adquirir informações importantes em sua formação. Por fim, quanto ao fato de trabalharem na pandemia, 79,6% consideram importante a atuação de médicos recém-formados no combate à Covid-19.

Conclusão:

Este estudo mostra que, a princípio, os esforços para a antecipação de formatura foram bem-sucedidos, já que os novos médicos estão contribuindo para aliviar a pressão imposta pela falta de profissionais e promover um melhor cuidado aos pacientes durante a pandemia.

Palavras-chave:
Covid-19; Coronavírus; Estudantes de Medicina; Médicos; Pandemia

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