Resumo
Introdução: A produção científica brasileira apresentou crescimento substancial e visibilidade internacional. Contudo, em geral, a participação das mulheres em atividades científicas ainda é limitada.
Objetivo: Este estudo objetivou avaliar os indicadores de produtividade científica de mulheres bolsistas do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) na área de medicina.
Método: Foi realizado estudo transversal com 541 (211 mulheres, 39%) pesquisadores cadastrados como bolsistas de produtividade em medicina do CNPq conforme lista disponibilizada em dezembro de 2022.
Resultado: Houve predomínio de pesquisadores do sexo masculino (n = 330; 61%). Em ambos os grupos, masculino e feminino, a maioria dos investigadores encontra-se no nível 2, sendo 62,5% mulheres e 47,2% homens (p = 0,018). Todos os 211 pesquisadores foram distribuídos em 37 instituições diferentes e publicaram 34.969 artigos em revistas científicas, com média de 165,7 artigos por pesquisador. De 2018 a 2022, foram publicados 9.679 artigos. Ao longo de suas carreiras, os 211 pesquisadores orientaram 5.440 alunos de iniciação científica, 4.144 alunos de mestrado e 2.923 alunos de doutorado. Houve diferença significativa entre os níveis de bolsas quanto ao desenvolvimento de recursos humanos em iniciação científica (p = 0,040), mestrado (p = 0,027) e doutorado (p < 0,001).
Conclusão: Ainda há menor participação de mulheres do que de homens entre os pesquisadores médicos do CNPq. Contudo, foi possível observar participação substancial das mulheres em todos os quesitos avaliados, incluindo a produção técnica e científica e a formação de recursos humanos.
Palavras-chave: Indicadores Bibliométricos; Indicadores de Produção Científica; Pesquisadores; Medicina