Resumo:
Introdução: Historicamente, a comunidade LGBT+ enfrenta obstáculos estruturais que interferem na garantia da cidadania plena. Com a pandemia da Covid-19, observa-se que a vulnerabilidade individual da população LGBT+ tornou-se ainda mais intensa e explícita. Diante disso, o presente relato de experiência apresenta e analisa criticamente uma ação de estudantes de Medicina que buscaram promover a representatividade e uma rede de cuidado/apoio e solidariedade entre os(as) estudantes LGBT+ no contexto da pandemia.
Relato de experiência: Este relato descreve a construção de um vídeo “Evoluiu Challenge” por acadêmicos(as) e médicos(as) graduados(as) do curso de Medicina de uma universidade pública brasileira. Diante do isolamento social e da necessidade de representatividade, encorajamento e empoderamento LGBT+ dentro do espaço acadêmico da Medicina, identificou-se a necessidade de ações, como a produção do vídeo, para que os(as) acadêmicos(as) mais vulnerabilizados(as) possam localizar em seus/suas colegas de curso uma rede de apoio, solidariedade e empoderamento. O projeto foi desenvolvido com 20 estudantes e três egressos(as) da mesma instituição. Ao todo, foram mais de 85 mil visualizações. Discussão: Diante da experiência relatada, destaca-se a importância dos avanços tecnológicos como promotores da “aproximação” em tempos de isolamento e distanciamento social. Nesse sentido, o vídeo resultou em significativa visibilidade à população LGBT+ presente no meio médico. Ademais, propiciou representatividade e a construção de uma rede de apoio estudantil, como descrito nas DCN, com a promoção do cuidado.
Conclusão: A partir deste relato de experiência, fica visível a necessidade de implementação de estratégias de ações de apoio para a população LGBT+ nas universidades, como as redes de cuidado/solidariedade. Dessa maneira, assim como o vídeo, essas estratégias potencializarão a construção de um espaço de ensino-aprendizagem mais inclusivo e que seja um oásis do pensamento contra a opressão e espaço de contestação.
Palavras-chave: Minorias Sexuais e de Gênero; Pandemia; Educação Médica; Mídias Sociais; Promoção da Saúde