Resumo:
Introdução:
A sexualidade se caracteriza como dispositivo de poder, e a medicina tem importante papel como uma das principais instituições de ação. A educação médica tende a ratificar o discurso heteronormativo e diagnosticar os padrões desviantes como patologia. Pauta-se na categorização binária dos indivíduos como implicação de sua sexualidade. O curso de Medicina investigado assume a proposta metodológica da espiral construtivista, que procura garantir o protagonismo dos estudantes, assim como dialoga com seus conhecimentos prévios, apostando no conceito de aprendizagem significativa.
Objetivo:
Este estudo teve como objetivo analisar as experiências dos estudantes no desenvolvimento do perfil de competência relacionado a gênero e sexualidade durante o curso de Medicina.
Método:
Trata-se de pesquisa qualitativa utilizando grupos focais com estudantes do sexto ano do curso.
Resultado:
O estudo aponta para a percepção dos estudantes sobre a importância das metodologias ativas, bem como sobre a inserção precoce nos campos de prática. No entanto, a temática sobre gênero e sexualidade precisa estar proposta no elenco de disparadores para o uso da espiral construtivista.
Conclusão:
As metodologias ativas de ensino-aprendizagem podem se configurar como estratégia contra-hegemônica ante o dispositivo da sexualidade na garantia de biopoder, na medida em que haja reorientação desses conteúdos no currículo.
Palavras-chave:
Educação Médica; Currículo; Aprendizagem Baseada em Problemas; Identidade de Gênero; Sexualidade