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As temáticas sugeridas foram: revelação de expectativas sobre a vida pessoal, ensino-aprendizagem, ética médica, relação médico-paciente, desenvolvimento profissional e de carreira, faculdade e universidade, ser aluno de Medicina, ser médico, medicina e sociedade, temas médicos diversos e temas não médicos. Alguns estudantes não fizeram sugestão de temas. |
O temário elaborado teve um importante papel para os futuros tutores durante seu treinamento e evidenciou as principais áreas de interesse dos alunos, apontando as diferenças ao longo dos vários anos e vislumbrando as possíveis utilizações dos espaços da tutoria. |
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O primeiro encontro foi considerado bastante satisfatório (“excelente/bom”) tanto para os tutores quanto para os calouros. A principal razão de insatisfação diz respeito a grupos com pequeno comparecimento e participação dos demais alunos veteranos. Relação de mão dupla entre o programa e a integração do calouro ao mesmo. |
A tutoria mostrou-se um ingrediente importante ao ampliar a rede de suporte na instituição, e o calouro, por sua vez, um elemento que traz “vida nova” ao grupo, incrementando a motivação e a dinâmica grupal. |
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Tanto os estudantes que participaram regularmente do programa como os que não haviam participado expressaram opiniões positivas sobre o programa. Os mentores expressaram alto grau de satisfação em participar do programa e opinaram que o programa vem sendo útil também para auxiliar na formação docente. |
O programa de apoio ao estudante ingressante, baseado em grupos que operam ao redor de mentores, é viável e efetivo no auxílio ao estudante e pode também contribuir para a formação e o desenvolvimento dos docentes e médicos que participam como mentores. |
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Programa implantado em 2006 no curso de Terapia Ocupacional para todos os estudantes, com encontros mensais, acolhendo as demandas, facilitando, orientando e estimulando processos reflexivos, e encaminhando os apontamentos ao colegiado docente e à coordenação do curso. As demandas mais importantes são discutidas em fórum, com as peculiaridades de terem o docente como narrador das questões, cabendo ao aluno sentir-se representado nas falas, complementá-las e discuti-las. |
A experiência de tutoria permite o reconhecimento dos alunos e tutores como sujeitos ativos do processo formativo, que passa pela alteridade, pela legitimação da voz que é dada a cada uma das partes e pela percepção de que o conhecimento pode, e que deve ser construído numa relação mais horizontal entre seus atores. |
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Fatores facilitadores da adesão: troca de experiência mediada por um tutor habilidoso e inserção do programa na grade horária oficial. Fatores dificultadores: tutores que se desligam do programa, agendamento irregular dos encontros, comunicação não efetiva e discussão de temas desinteressantes O mentoring informal e grupos com uma dinâmica ruim também justificam, para os alunos, uma menor adesão. |
O sucesso de um programa de mentoring, no que diz respeito à adesão dos alunos, mostra estar vinculado não apenas a uma estrutura adequada, mas também às características pessoais e aos valores dos participantes. |
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Satisfação e dificuldades dos mentores fortemente associadas ao grau de envolvimento dos alunos. Mudanças observadas nos alunos relacionadas a questões dessa fase de vida. Para alguns, ainda não há reconhecimento do programa pela instituição. Reconhecimento de importantes mudanças em si mesmos: como professores, como membros da faculdade e como pessoa. |
A adesão dos alunos mostra-se crucial tanto para a relação de mentoring quanto para a própria consolidação do programa. Alunos envolvidos com a atividade motivam os mentores para o ensino e o aprimoramento do currículo, criando assim um círculo virtuoso, que beneficia o curso e a formação médica como um todo. |
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Motivações relativas ao aluno (o aluno em si, o aluno como representante da juventude, o tutor quando aluno no passado) e motivações relativas à instituição (oficializar uma função, colaborar com a formação, atualizar-se sobre a faculdade, retribuir as oportunidades recebidas). Para os tutores, a relação tutor-aluno possibilitou a revisão de si mesmos e do contexto em que se encontram, ampliou sua visão e abriu espaço para mudanças. |
Há, entre os tutores, um desejo de restabelecer a antiga, significativa e próxima relação do mestre com o seu discípulo. Simbolicamente, buscam estar em contato com o seu “aluno interno ferido” e dele cuidar. Nessa jornada, podem - mas não necessariamente isso acontece a todos - transformar e ser transformados pelo outro. |
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Muitos mentores reconheceram como dificuldades as dúvidas iniciais com o papel, a frustração com a adesão dos alunos e a sobrecarga de tarefas do cotidiano. Para enfrentá-las, eles utilizam recursos externos, sua própria experiência de vida e o modo pessoal de abordar as situações. Uma parcela dos mentores não reconheceu dificuldades para eles ou para os alunos. |
Muitas das dificuldades percebidas pelos mentores mostram ser derivadas do próprio contexto da formação médica. Os tutores não se ressentem da falta de suporte para a sua função. A “dificuldade em perceber dificuldades”, apresentada por alguns mentores, demanda investigações posteriores para melhor e maior compreensão. |
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Participação de 81% dos estudantes do sexto período e 51% do sexto ano. Controvérsia sobre a relevância da atividade, muitas vezes relacionada com obrigatoriedade e inadequação dos tutores. Necessidade de espaço para discutir temas não relacionados com a formação médica puramente técnica. |
Numa perspectiva geral, a tutoria é atividade importante no quadro curricular, mas é urgente aprimorar o programa, a seleção e a formação dos tutores. |
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Projeto criado em 2000. Origem a partir da demanda significativa de estudantes, cujos problemas afetivos e sociais interferiam no desenvolvimento acadêmico e interpessoal. O programa se apresenta como espaço de reflexão, acolhimento e orientação sobre temas e vivências estressoras. O projeto é módulo de uma disciplina obrigatória no quinto período, em virtude da transição do ciclo básico para o profissional. |
Apesar do terreno fértil encontrado nas reformas e adaptações curriculares para a implantação da tutoria, muitos problemas, dificuldades e resistências têm sido encontrados, como docentes muito conservadores e resistentes a mudanças, disputa de carga horária dentro das instituições e desvalorização da atividade em termos de pesquisa e produção científica, além de dificuldades em aproveitamento e alocação dos docentes. |
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Os elementos experienciais revelaram três conjuntos temáticos: o contexto da tutoria, o vivido na tutoria e a avaliação da experiência. A tutoria mostrou contribuir tanto para o enfrentamento das vicissitudes da formação quanto para o exercício de habilidades como escuta, aceitação e comunicação, fundamentais para a boa atuação do médico. |
Mentoring como interseções importantes entre as ações de suporte ao bem-estar do estudante e as demandas de formação do futuro médico em áreas humanísticas. Desenvolve as habilidades relacionais, contribuindo para, mais do que ampliar os espaços didáticos humanísticos nos currículos, deixá-los mais vivos e próximos dos alunos. |
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Programa implantado em 2014, com a participação de mentores juniores, discentes e docentes-mentores da Medicina, como disciplina optativa. Atividades integrativas enfatizando mesa-redonda, Consultório Filosófico, Mentoring Solidário, Gincana Mentoring, Cine Mentoring e Arraiá do Mentoring. |
A partir do engajamento e dos feedbacks recebidos, o programa, apesar de apresentar alguns desafios, vem se configurando como uma iniciativa capaz de transformar as relações interpessoais entre discentes e mentores, ao promover a integração entre alunos dos diferentes períodos do curso e criar um ambiente favorável ao diálogo e à construção do conhecimento. |