Comunidade de abelhas Euglossina em pequenos fragmentos de Mata Atlântica no estado do Rio de Janeiro, sudeste do Brasil (Hymenoptera, Apidae). Abelhas Euglossina são importantes polinizadores nas florestas e em áreas agrícolas. Embora a estrutura dessas comunidades seja criticamente afetada por perturbações antrópicas, pouco é conhecido a respeito destas abelhas em pequenos fragmentos florestais. Os objetivos deste estudo foram analisar a composição, abundância e diversidade de espécies em nove pequenos fragmentos florestais de diferentes fitofisionomias no sudeste do Brasil, e identificar as possíveis variáveis ambientais que podem estar relacionadas à composição de espécies de Euglossina. Os machos foram amostrados trimestralmente de maio/07 a maio/09 com o auxílio de armadilhas aromáticas contendo cinamato de metila, vanilina, eucaliptol, acetato de benzila e salicilato de metila. Foram amostrados 1558 machos de três gêneros e 10 espécies. A riqueza variou de cinco a sete espécies por fragmento. Euglossa cordata, E. securigera, Eulaema cingulata e E. nigrita foram comuns a todos os fragmentos estudados. A diversidade diferiu significativamente entre as áreas estudadas, variando de H' = 1.04 até H' = 1.65. A precipitação, o tipo fitofisionômico e a altitude tiveram alta importância relativa sobre a variação da composição de espécies. Os resultados apresentados neste estudo demonstram que pequenos fragmentos podem suportar populações de abelhas Euglossina que, em sua maioria, são amplamente distribuídas e supostamente tolerantes a ambientes abertos e perturbados e sugerem que a conservação dessas áreas pode ser de grande importância, principalmente em regiões em processo de regeneração e com matrizes agrícolas, onde essas abelhas podem atuar como polinizadores.
Abelhas de orquídeas; abelhas solitárias; fragmentação; iscas aromáticas; perda de habitat