Levantamentos de campo foram realizados durante quatro safras de soja na região Sul do Brasil, visando avaliar as espécies de parasitóides que ocorrem em ovos de Anticarsia gemmatalis Hübner, 1818 e a incidência de parasitismo ao longo do ciclo da cultura. Os ovos foram coletados visualmente em folhas de soja e com a colocação de gaiolas em campo contendo adultos de A. gemmatalis para que realizassem oviposições. A espécie Trichogramma acacioi Brun, Moraes & Soares, 1984 foi registrada pela primeira vez parasitando ovos de A. gemmatalis e T. lasallei Pinto, 1998 teve seu primeiro registro no Brasil através destes levantamentos. Foram também encontradas as espécies T. pretiosum Riley, 1879, T. rojasi Nagaraja & Nagarkatti, 1973 e T. atopovirilia Oatman & Platner, 1983, já registradas anteriormente neste hospedeiro. Ovos parasitados foram coletados durante todo o período de ocorrência de A. gemmatalis, de janeiro a março de cada ano. Os índices de parasitismo foram de 4,8% em 2000 e 2002, 23,3% em 2001 e 28,9% na safra 2003. T. pretiosum e T. acacioi foram responsáveis por mais de 80% do parasitismo nos ovos coletados a cada ano, enquanto T. atopovirilia, T. rojasi e T. lasallei, apresentaram menos de 20% de incidência. Não houve diferença significativa entre a razão sexual e o número de parasitóides emergidos por ovo hospedeiro entre as espécies de Trichogramma coletadas. A coleta de ovos naturalmente depositados foi menos eficiente em comparação à coleta de ovos depositados por fêmeas no interior das gaiolas, o qual mostrou-se um método satisfatório para a estimativa qualitativa de parasitismo em ovos de A. gemmatalis.
Controle biológico; lagarta da soja; parasitóide de ovos