RESUMO
Um objeto do quotidiano pode ser usado em performance como mediador entre a realidade do palco e a ficção da narrativa. Pode movimentar-se entre estes dois universos, permitindo aos performers percorrer a fronteira entre os espaços de representação e de ficção, tal como são definidos por Gay McAuley em Space in Performance - reposicionando mental e espacialmente a narrativa. O modo através do qual os performers conseguem esta modificação é através da manipulação da nossa percepção da função, escala, som e estética do objeto. O performer usa as características originais do objeto, como a cor, textura, forma e função, como pistas, reenquadrando-as, para estabelecer novas relações dentro da narrativa principal. Este processo de transformação cria uma relação fluída entre a dramaturgia e a cenografia, permitindo aos performers, cenógrafo, encenador e, claro, espectadores, partilhar uma criação teatral em emergência.
Palavras-chave:
Cenografia; Adereço; Practice-as-research; Objeto; Quotidiano