RESUMO
Na abertura da icônica exposição China/Avant-Garde (1989, Pequim), a artista Xiao Lu disparou dois tiros contra sua instalação Dialogue e entregou a arma ao artista Tang Song, que mais tarde se tornaria seu namorado. A partir daquele momento, o mundo da arte atribuiu a peça a Tang Song e Xiao Lu. Duas décadas depois, Xiao Lu disputou a autoria exclusiva da obra de arte em um livro de memórias ficcionais, Dialogue (2010). Nesse texto, ela apresentou uma historiografia de sua arte, refletindo sobre a performance e desafiando a apropriação da obra por Tang Song. Este artigo explora a reescrita de Xiao Lu a respeito da história oficial da arte e seus fundamentos patriarcais por intermédio de uma lente feminista. Abarca leituras complementares, contraditórias e contrastantes da arte de Xiao Lu e oferece uma nova abordagem tanto à dimensão terapêutica como política do relato autobiográfico da artista.
Palavras-chave:
Xiao Lu; Performance; Feminismo; Arte Experimental Chinesa; Autoria.