Resumo:
A partir da obra de Artaud, evidencia-se um ideário que sugere princípios para uma vocalidade no contexto da performance. Essa vocalidade é baseada em uma noção de glossolalia como conceito vinculado às práticas enunciativas, sobretudo como potência para desarrazoar estratos vocais. Assim, a glossolalia pode agregar valores sonoro-poéticos que desestabilizam aspectos da produção e percepção de sentidos relacionados à voz. Busca-se aqui uma discussão sobre possíveis fronteiras da produção vocal. Serão apropriados conceitos da obra de Deleuze e Guattari, assim como reflexões de Certeau e Pozzo. Os objetivos do artigo importam em suscitar e valorizar aspectos de uma vocalidade glossolálica, visando ampliar as possibilidades do performer contemporâneo, problematizando o contexto de suas práticas vocais.
Palavras-chave:
Voz; Glossolalia; Artaud; Corpo sem Órgãos; Escuta