Resumo:
O artigo examina dois espetáculos da diretora britânica Katie Mitchell no teatro Schaubühne, de Berlim - Fraulein Julie (2010), em colaboração com o videoartista Leo Warner, e Die Gelbe Tapete (2013) - que, como um díptico, exploram a vida íntima de duas mulheres que sofrem por meio de um complexo dispositivo de cineteatro. A simultaneidade de dois planos de presença em cena, o do jogo e o da filmagem, bem como a ação cênica e cinematográfica, produz uma tensão permanente entre efeitos contraditórios - identificação/distanciamento, continuidade/descontinuidade, dispersão/concentração - tanto nos atores quanto nos espectadores, criando uma interface flexível que envolve o palco e a plateia, permitindo uma imersão teatral na subjetividade.
Palavras-chave:
Cineteatro; Distanciamento; Identificação; Níveis de Presença; Efeito de Subjetividade