Resumo:
O Oriente Médio está em caos. Descrito como monstruoso, o Estado Islâmico (EI) foi derrotado, mas retornou como insurgência crônica no estilo de guerrilha e como sombra de outros conflitos que assomam a região. O artigo retoma esta situação por meio do conceito de monstro biopolítico como o corpo comum de resistência e luta, explorando seus aspectos libertadores em termos de organização e autonomia política, e sustenta que o EI tem mais em comum com o Estado-forma do que com o monstro. O caso do Curdistão Sírio será apresentado em comparação com o EI. Defende uma carne social monstruosa como corpo performativo de movimentos contemporâneos de protesto, investigando as etimologias rizomáticas de monstro para Aristóteles e antigos filósofos islâmicos, inspirando-se principalmente na tradição do pensamento imanente e seus pensadores contemporâneos, como Foucault, Deleuze, Guattari e Negri.
Palavras-chave:
Biopolítica; Monster; Autonomia Política; Estado Islâmico; Colonialismo