RESUMO
Objetivo:
Analisar o comportamento espacial da cobertura vacinal da hepatite A, tríplice viral e varicela em crianças e a relação com determinantes socioeconômicos, no estado de Minas Gerais.
Métodos:
Estudo ecológico que considerou os registros de doses aplicadas em crianças extraídos do Sistema de Informação de Imunização de 853 municípios mineiros, em 2020. Analisaram-se as coberturas vacinais e os fatores socioeconômicos. A estatística scan espacial foi utilizada para identificar agrupamentos espaciais e medir o risco relativo pelo indicador de cobertura vacinal e o Índice de Moran Bivariado para identificar os fatores socioeconômicos correlacionados com a distribuição espacial da vacinação. Utilizou-se a base cartográfica do estado e de seus municípios e os softwares ArcGIS e SPSS.
Resultados:
Observaram-se baixas coberturas para as vacinas de hepatite A (89,0%), tríplice viral (75,7%) e varicela (89,0%). Foram identificados aglomerados significativos em todas as vacinas analisadas. Os aglomerados de maior chance de a população ser vacinada se alocaram majoritariamente nas regiões Centro, Centro-Oeste, Centro-Sul, Noroeste, e as de menor propensão para a vacinação encontram-se nas regiões Norte, Nordeste e Triângulo do Sul. O índice de desenvolvimento humano municipal, a taxa de urbanização e o produto interno bruto tiveram dependência espacial com a cobertura vacinal.
Conclusões:
Há heterogeneidades no comportamento espacial das coberturas para as vacinas hepatite A, tríplice viral e varicela, e essa condição se encontra associada a fatores socioeconômicos. Destaca-se que os registros de vacinação requerem atenção e devem ser continuamente acompanhados para aprimoramento da qualidade das informações utilizadas nos serviços e nas pesquisas.
Palavras-chave:
Programas de imunização; Vacinas; Cobertura vacinal; Sistemas de informação em saúde; Análise espacial; Enfermagem em saúde pública