OBJETIVO:
Avaliar portadores de transtornos mentais com e sem situações de risco, atendidos nas unidades de atenção primária de saúde (APS).
MÉTODO:
Estudo transversal realizado em delineamento transversal em amostra de 240 pacientes, residentes em região de elevada vulnerabilidade social em Belo Horizonte. A variável resposta foi transtornos mentais com situação de risco (TM-CR). As variáveis explicativas foram sexo, idade, estado civil, alfabetização, escolaridade, vínculo trabalhista, benefícios sociais, renda per capita. Aplicaram-se os instrumentos de Berkman & Syme (rede social) e Sherbourne & Stewart (apoio social) adaptados para o Brasil. Empregou-se o teste χ2 de Pearson e regressão logística binária na análise ajustada.
RESULTADOS:
Os fatores que permaneceram associados aos TM-CR foram gênero masculino (OR = 3,62; IC95%:1,84 - 7,09), ter somente "até um parente confidente" (OR = 2,53; IC95%:1,18 - 5,42); "não conseguir retornar para casa" quando sai do espaço onde vive (OR = 3,49; IC95%:1,40 - 8,71). A redução na dimensão afetiva da escala do Medical Outcomes Study (MOS) aumenta a chance de TM-CR.
CONCLUSÕES:
A disponibilidade e acesso à rede e apoio social são menores para os pacientes com TM-CR e necessitam ser fortalecida para a promoção de autonomia e cidadania dos usuários. Conclui-se que existe uma necessidade de políticas públicas, para aumento do número de equipamentos da rede social e projetos de apoio social, com incentivo à participação das famílias.
Rede social; Apoio social; Transtornos mentais; Atenção primária à saúde; Condições de vida; Determinantes Sociais da Saúde