Acessibilidade / Reportar erro

Subtipos moleculares como fator prognóstico do câncer de mama em mulheres usuárias do sistema público de saúde de São Paulo, Brasil

RESUMO

Objetivo:

O objetivo deste estudo foi analisar o prognóstico de mulheres com câncer de mama de acordo com os subtipos moleculares, variáveis sociodemográficas, características clínicas e de tratamento.

Métodos:

Este foi um estudo de coorte retrospectivo de base hospitalar. Foram analisadas 1.654 mulheres maiores de 18 anos diagnosticadas com câncer de mama invasivo entre 2000 a 2018. Os dados foram extraídos da Fundação Oncocentro de São Paulo, Brasil. As variáveis analisadas foram idade, histologia, subtipo moleculares, estadiamento clínico, tipo de tratamento e tempo entre o diagnóstico e tratamento. A análise de regressão de Cox foi aplicada para estimar o risco de morte.

Resultados:

As mulheres que apresentaram os subtipos moleculares HER-2-positivo (não luminal) e triplo negativo tiveram risco de morte quase duas vezes maior respectivamente, com razão de risco ajustada — HRaj=2,30 (intervalo de confiança de 95% — 95%IC 1,34–3,94) e HRaj=2,51 (95%IC 1,61–3,92). O atraso no tratamento associado ao avanço do estadiamento clínico ao diagnóstico aumentou em quatro vezes o risco de morte (HRaj=4,20 (IC95% 2,36–7,49).

Conclusão:

Os fenótipos HER-2-positivo (não luminal) e triplo negativo, além da interação entre estágio clínico avançado e maior tempo entre o diagnóstico e o tratamento, associaram-se a pior prognóstico. Assim, ações para reduzir as barreiras no diagnóstico e tratamento podem proporcionar melhores resultados, mesmo em fenótipos agressivos.

Palavras-chave:
Neoplasias da mama; Taxa de sobrevida; Biomarcadores; Vulnerabilidade social

Associação Brasileira de Saúde Coletiva Av. Dr. Arnaldo, 715 - 2º andar - sl. 3 - Cerqueira César, 01246-904 São Paulo SP Brasil , Tel./FAX: +55 11 3085-5411 - São Paulo - SP - Brazil
E-mail: revbrepi@usp.br