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Características do uso de hormônios por travestis e mulheres transexuais do Distrito Federal brasileiro* Authors’ contributions: Krüger A, Sperandei S, Bermudez XPCD e Merchán-Hamann E conceived the study and wrote the article. Krüger A e Sperandei S contributed with statistical analyses.

RESUMO

Introdução:

Travestis e mulheres transexuais recorrem ao uso de hormônios para modificação corporal. Devido a restrições de acesso a serviços de saúde, a automedicação é frequente. Objetivou-se descrever a prevalência autorrelatada do uso de hormônios por travestis e mulheres transexuais do Distrito Federal e fatores associados.

Método:

Trata-se de estudo transversal, com amostragem por Respondent Driven Sampling (RDS) e questionário do tipo Conhecimentos, Atitudes e Práticas (CAP) aplicado a 201 travestis e mulheres transexuais maiores de 18 anos, vinculadas ao Distrito Federal. As prevalências foram calculadas pelo estimador RDS-II. Foram utilizados modelos logísticos na investigação dos fatores associados.

Resultados:

Obteve-se uma amostra jovem (mediana de idade de 24 anos). A prevalência geral de uso contínuo de hormônios foi de 64,5%. A formulação mais utilizada foi a que combina estrogênio e progesterona (86,2%), nas vias injetável (75,1%) e oral (66%). A maioria das participantes (84%) consegue os hormônios sem receituário médico. As orientações sobre o uso desses hormônios vêm de seus pares, em 41% dos casos. Observou-se que o uso contínuo de hormônios está associado à raça, renda e idade, assim como a busca por orientação de profissionais de saúde, que também está relacionada à escolaridade.

Discussão:

Nota-se que o processo de hormonização destas pessoas na busca pela feminilidade se reflete em altas taxas de automedicação.

Conclusão:

Este estudo contribui na visibilidade da necessidade de melhorar as condições de acesso destas pessoas a serviços de saúde.

Palavras-chave:
Pessoas transgênero; Hormônios; Corpo; Acesso aos serviços de saúde

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