RESUMO
Objetivo:
Estimar a prevalência de sintomas depressivos na população de 18 a 24 anos, segundo aspectos socioeconômicos e demográficos no Brasil, comparando sua evolução entre os anos de 2013 e 2019.
Métodos:
Estudo transversal realizado com dados secundários da Pesquisa Nacional de Saúde 2013 e 2019. Foram incluídos 7.823 adultos jovens (18 a 24 anos) de 2013 e 8.047 de 2019. O instrumento utilizado para avaliar a depressão foi o Patient Health Questionnaire-9 (PHQ-9). Todas as estimativas incluíram os pesos da população e a amostragem complexa.
Resultados:
A prevalência de sintomas depressivos quase dobrou: 10,9% (IC95% 9,6–12,2) em 2019, ante os 5,6% (IC95% 4,8–6,4) em 2013; uma diferença absoluta de 5,3% (4,5–6,0) maior. As mulheres foram as mais afetadas em ambos os inquéritos, com aumento entre 2013 (8,3%; IC95% 6,9–9,6) e 2019 (15,6%; IC95% 13,5–17,6) superior aos dos homens (2013: 2,9%; IC95% 2,0–3,8 e 2019: 6,2%; IC95% 4,7–7,7). Em ambos os sexos, o padrão de aumento foi maior para os grupos de 18 a 20 anos; não participantes de atividades religiosas; que estavam nos mais baixos níveis de escolaridade e renda; que residiam com duas ou mais pessoas; e que residiam nas regiões Nordeste, Sudeste, capitais e áreas metropolitanas do país.
Conclusão:
Verificou-se aumento estatisticamente significante da prevalência de sintomas depressivos ao longo dos 6 anos dos inquéritos. Esse aumento não ocorreu de modo homogêneo entre as características analisadas, indicando os grupos populacionais e localidades do Brasil em que mais cresceu a presença desses sintomas no período.
Palavras-chave:
Inquéritos de saúde; Saúde mental; Depressão; Efeito psicossocial da doença; Adulto jovem