RESUMO:
Objetivo:
Estimar prevalência de infecção pelo SARS-CoV-2 em residentes na região da Grande Vitória, moradores de aglomerados subnormais e não subnormais, e comparar características sociodemográficas e clínicas dos residentes totais (infectados e não infectados com o SARS-CoV-2), entre esses aglomerados.
Métodos:
Estudo de prevalência de base populacional, por meio de teste sorológico realizado em 2020, com unidade de estudo em domicílios da Grande Vitória, agrupados em setores censitários classificados como aglomerados subnormais e aglomerados não subnormais. Os dois grupos foram comparados quanto à prevalência e aos fatores associados. O nível de significância adotado foi de 5%.
Resultados:
A prevalência encontrada em não aglomerados subnormais foi 12,05% (IC95% 9,59–14,50) e no grupo aglomerados não subnormais foi 10,23% (IC95% 7,97–12,50), e essa diferença não foi estatisticamente significante (p = 0,273). Comparando-se as características sociodemográficas, encontraram-se nos aglomerados subnormais mais pessoas que se autodeclaram da raça/cor parda, percentual maior de analfabetos e de pessoas apenas com ensino fundamental, maior número de moradores por domicílio, maior permanência em transporte coletivo, compartilhamento de banheiro com outro domicílio, menos dormitórios por residência e maior frequência de abastecimento irregular de água quando comparado aos aglomerados não subnormais (p<0,05).
Conclusões:
As características epidemiológicas dos moradores de aglomerados subnormais evidenciam as desigualdades sociais que podem dificultar as medidas de controle em uma situação de pandemia.
Palavras-chave:
Covid-19; Prevalência; Habitação; Distribuição espacial da população