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Hanseníase e carência social: definição de áreas prioritárias em estado endêmico do Nordeste brasileiro

RESUMO:

Introdução:

A hanseníase é uma doença que guarda estreita relação com as condições sociais e econômicas. O Brasil é o único país que ainda não alcançou a meta de eliminação da doença como problema de saúde pública.

Objetivo:

Este trabalho teve como objetivo analisar a associação entre a carência social dos municípios baianos e a detecção de casos novos de hanseníase na população, como instrumento para a definição de áreas prioritárias para intervenção.

Metodologia:

Trata-se de um estudo ecológico realizado no estado da Bahia, no período de 2001 a 2015. Variáveis analisadas: coeficiente de detecção casos novos, índice de carência social (ICS) e hanseníase em menores de 15 anos. O ICS foi construído com base em quatro variáveis: índice de performance socioeconômica, renda per capita, proporção de extremamente pobres e densidade domiciliar. Na análise espacial, foram utilizadas modelagem bayesiana empírica local e estatística de Moran global e local. Na análise estatística, foram empregados regressão multivariada, espacial e logística, cálculo do odds ratio e análise de variância.

Resultados:

A hanseníase apresentou distribuição heterogênea no estado, com concentração no eixo norte-oeste e sul. Dos municípios, 60,4% (n = 252) apresentaram muito baixa condição de vida. Observou-se associação entre as condições de vida e a detecção da hanseníase, com maiores coeficientes no grupo de município com melhor condição de vida (p < 0,001).

Conclusão:

As piores condições atuaram como um impeditivo ao diagnóstico, ao mesmo tempo que ampliaram o risco de adoecimento. As boas condições possuem efeito inverso.

Palavras-chave:
Hanseníase; Pobreza; Condições Sociais

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