RESUMO:
Introdução:
O objetivo do presente estudo foi investigar a associação de quatro diferentes fatores de risco para doenças crônicas e seu acúmulo com o nível educacional da vizinhança de moradia, controlando-se por características individuais.
Métodos:
Um estudo transversal de base populacional foi realizado no sul do Brasil com 1.720 adultos, em 2009/2010. A ocorrência simultânea de tabagismo, uso abusivo de álcool, hábitos alimentares não saudáveis e inatividade física foi investigada. Modelos multiníveis testaram se a educação da vizinhança estava associada com cada fator de risco e com a co-ocorrência deles, ajustando-se por variáveis individuais.
Resultados:
Houve variância entregrupos (VPC) de 7,79, 7,11, 6,84 e 1,08% para inatividade física, uso problemático de álcool, hábitos alimentares não saudáveis e tabagismo, respectivamente. O VPC para a combinação dos quatro comportamentos foi de 14,2%. A educação da vizinhança explicou significativa proporção da variância da inatividade física e dos hábitos alimentares não saudáveis. Residentes de vizinhanças que tinham baixo nível educacional mostraram 2,40 (IC95% 1.58 - 3.66) vezes mais chance de hábitos alimentares não saudáveis e 1,78 (IC95% 1.19 - 2.67) vez mais chance de inatividade física. A probabilidade de indivíduos terem dois ou mais fatores de risco simultâneos foi maior entre residentes de vizinhanças com nível educacional mais baixo.
Conclusão:
Políticas públicas devem considerar características da vizinhança, incluindo a educação, quando tiverem como objetivo controlar os fatores de risco para doenças crônicas.
Palavras-chave:
Doença crônica; Fatores de risco; Educação; Fatores socioeconômicos; Análise multinível