RESUMO:
Introdução:
Em países de alta renda, indivíduos de situação socioeconômica elevada apresentam menor risco cardiovascular. Em países de média e baixa rendas, os resultados são controversos.
Objetivo:
Avaliar a associação entre renda familiar e fatores de risco cardiovascular em adultos jovens.
Metodologia:
Estudo seccional em que foram avaliados 2.063 indivíduos aos 23/25 anos de uma coorte de nascimento iniciada em 1978/79 na cidade de Ribeirão Preto, Brasil. Avaliaram-se fatores de risco cardiovascular (hipertensão arterial, sedentarismo, tabagismo, HDL - colesterol baixo, LDL - colesterol elevado, fibrinogênio alto, resistência insulínica, diabetes, obesidade abdominal e total e síndrome metabólica) de acordo com renda familiar. A renda foi avaliada em múltiplos do salário mínimo. As razões de prevalências (RP) foram estimadas em modelos de regressão de Poisson simples, com estimativa robusta da variância.
Resultados:
Mulheres de maior renda apresentaram menores prevalências de HDL - colesterol baixo (RP = 0,47), obesidade total (RP = 0,22) e abdominal (RP = 0,28), resistência insulínica (RP = 0,57), pressão arterial elevada (RP = 0,28), sedentarismo (RP = 0,47), síndrome metabólica (RP = 0,24) e alta ingestão calórica (RP = 0,71) (p < 0,05). Os homens de maior renda apresentaram menores prevalências de HDL - colesterol baixo (RP = 0,73) e sedentarismo (RP = 0,81) (p < 0,05). Pode ser que mulheres de alta renda prestem mais atenção aos hábitos saudáveis e aquelas com menor renda têm menor probabilidade de acessar recursos e tratamentos de serviços de saúde.
Conclusão:
As mulheres encontravam-se na fase final da transição epidemiológica, enquanto os homens, na fase intermediária.
Palavras-chave:
Fatores de risco; Doenças cardiovasculares; Adulto jovem; Renda