RESUMO
Objetivo:
Estimar a probabilidade da ocorrência de infecção pelos vírus das hepatites B (HBV) e C (HCV) em diferentes estratos socioeconômicos da população de Recife, Nordeste do Brasil.
Métodos:
Estudo realizado com base em amostras obtidas em um inquérito de residentes de um grande centro urbano que teve base populacional e amostragem estratificada com seleção aleatória dos domicílios por meio do pacote “Amostra Brasil” no software R. A pesquisa do antígeno de superfície do HBV (HBsAg) e do anti-HCV foi realizada por testes imunocromatográficos. Nos casos positivos para HBsAg, foram realizadas pesquisas do anti-HBc e do HBeAg por quimioluminescência, bem como do HBV-DNA, por meio de PCR em tempo real. Para os casos positivos para anti-HCV, foi repetida a pesquisa desse anticorpo por quimioluminescência e do HCV-RNA por PCR em tempo real. A ocorrência de casos HBsAg e anti-HCV na população geral foi estimada com base em uma distribuição teórica binomial negativa.
Resultados:
Dentre 2.070 amostras examinadas, cinco (0,24%) foram HBsAg e duas (0,1%) anti-HCV positivas. A maioria dos casos tinha cor de pele autorreferida como preta/parda (6/7), nível de escolaridade até o ensino médio (6/7), companheiro fixo (5/7) e morava em área de baixo estrato socioeconômico (5/7).
Conclusão:
A ocorrência de HBsAg e anti-HCV foi inferior às anteriormente encontradas em estudos de base populacional e pouco menor do que as estimativas mais recentes. Indivíduos que apresentam menor condição socioeconômica devem ser alvo prioritário das políticas públicas de saúde.
Palavras-chave:
Hepatite B; Hepatite C; Hepatites virais; Estrato socioeconômico