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Validade de estimativas obtidas por inquérito telefônico: comparação entre VIGITEL 2008 e inquérito Saúde em Beagá

OBJETIVO: Verificar a validade externa das estimativas obtidas por inquérito telefônico, e o impacto do uso do fator de ponderação pós-estratificação na correção das estimativas. MÉTODOS: Foram utilizadas informações de moradores das regiões Oeste e Barreiro de Belo Horizonte (MG), obtidas por inquérito telefônico VIGITEL 2008 (n=440) e por inquérito domiciliar, realizado face a face, Saúde em Beagá (SB) (n=4.048). Estimativas de variáveis relevantes para vigilância epidemiológica foram comparadas entre os estudos, por meio das estatísticas de teste. Inicialmente, compararam-se grupos segundo a posse de linha telefônica fixa e em seguida as estimativas do VIGITEL, com e sem a utilização de peso pós-estratificação, com as estimativas do SB. RESULTADOS: Indivíduos que possuíam telefone fixo residencial apresentaram marcadores de melhores condições econômicas (local de moradia, escolaridade e cor de pele), maior prevalência de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), menor exposição a fatores de risco para DCNT e maior acesso/utilização de serviços de saúde, quando comparados aos demais. A maioria das estimativas do VIGITEL (sem o uso do peso pós-estratificação) foi semelhante às estimativas para a amostra do SB que referiu ter telefone fixo residencial, demonstrando não haver grande impacto da metodologia utilizada na obtenção dos dados (reduzido viés de informação). Mesmo sem utilizar o fator de pós-estratificação, as estimativas do VIGITEL se assemelharam às do SB; após a ponderação, as poucas estimativas viciadas (número de moradores, cor de pele e atividade física) não diferiram mais das obtidas pelo inquérito face a face exceto para a variável "ter plano de saúde", cuja correção da estimativa reduziu a diferença observada, e para as variáveis "consumo de verduras/legumes" e "tabagismo atual", em que não foi possível corrigir as estimativas. CONCLUSÃO: Recomenda-se a vigilância epidemiológica de DCNT por meio de inquéritos telefônicos porque fornecem estimativas aproximadas do que seria esperado para a população total, com menores investimentos financeiros e menor tempo.

vigilância epidemiológica; doença crônica; inquéritos epidemiológicos; telefone


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