Objetivo:
Avaliar se as mudanças no padrão alimentar e no padrão de atividade física estão associadas com mudança anual do escore-z do índice de massa corporal (IMC) entre os adolescentes.
Métodos:
O estudo foi realizado em escolas públicas de Piracicaba, São Paulo, Brasil, com uma amostra probabilística de 431 adolescentes participantes na onda I (2004) (doravante linha de base) e 299 na onda II (2005) (doravante seguimento). Nos dois momentos foram avaliados o IMC, a ingestão habitual de alimentos, atividade física, atividades sedentárias, maturação sexual e variáveis demográficas. A associação entre variação anual do consumo de alimentos, atividade física, atividades sedentárias e mudanças anuais do escore-z do IMC foi avaliada a partir de regressão múltipla.
Resultados:
O estudo mostrou uma variação positiva no escore-z do IMC ao longo de um ano. Entre as variáveis relacionadas ao padrão de atividade física apenas jogar videogame e usar o computador apresentou aumento ao longo do ano. A ingestão de frutas e legumes e de bebidas artificiais adoçadas aumentou ao longo de um ano e as demais variáveis apresentaram uma redução. Observou-se que o aumento do consumo de alimentos ricos em gordura (β = 0,04, p = 0,04) e de suco natural adoçado (β = 0,05, p = 0,03) associou-se positivamente ao aumento do escore-z do IMC.
Conclusão:
Hábitos alimentares não saudáveis predizem mais o aumento do escore-z do IMC do que o padrão de atividade física. A ingestão de alimentos ricos em gordura e de suco naturais adoçado associou-se positivamente ao escore-z do IMC ao longo de 1 ano.
Adolescente; Índice de massa corporal; Estudos longitudinais; Atividade motora; Hábitos alimentares