RESUMO
Introdução:
Os óbitos classificados como causa garbage (CG) são considerados pouco úteis para desencadear ações de prevenção em saúde pública.
Objetivo:
Avaliar o impacto da investigação hospitalar na recuperação da verdadeira causa básica do óbito.
Metodologia:
Estudo descritivo sobre a investigação dos óbitos com causa básica classificada como código garbage em dez hospitais selecionados com maior número destes óbitos nos estados do Rio de Janeiro (RJ) e de São Paulo (SP) em 2017. A investigação considerou o prontuário do paciente, com coleta de informação realizada por profissionais da vigilância hospitalar em formulário padronizado.
Resultados:
Ocorreram 2.579 óbitos com GC e 2.116 com GC prioritária. A maior proporção se deu no grupo com 70 anos ou mais, com diferenças nas causas predominantes em função do ciclo de vida. A reclassificação da GC foi de 41,9% e 93,6% dos óbitos investigados no RJ e em SP, respectivamente. Óbitos com causas alteradas, mas que permaneceram com GC foram analisados quanto à mudança do nível de gravidade, que considera o potencial de impacto da GC sobre o perfil de mortalidade. Assim, 70,7% e 73,6% dos óbitos com GC de níveis de gravidade muito alto e alto foram reclassificados para níveis menores. Dentre os códigos garbage que passaram para causas bem definidas, o capítulo das Causas Externas da CID-10 foi o que recuperou o maior número de óbitos.
Conclusão:
A investigação possibilitou qualificar as causas de morte e evidenciou a necessidade de capacitação profissional sobre a definição da causa básica.
Palavras-chave:
Mortalidade; Registros de mortalidade; Causas de morte; Sistema de informação