RESUMO:
Objetivo:
Avaliar o efeito da classe econômica na infância e mobilidade social no crescimento linear ao longo da adolescência em uma coorte de base populacional.
Métodos:
Crianças nascidas entre 1994 - 1999 em Cuiabá-MT, no centro-oeste do Brasil foram avaliadas pela primeira vez durante 1999 - 2000 (0 - 5 anos) e novamente durante 2009 - 2011 (10 - 17 anos), sendo a estatura-para-idade avaliada nestes dois períodos. O Critério Brasil foi usado para classificar a classe econômica da família de cada criança como baixo, médio ou alto. A mobilidade social foi categorizada como mobilidade ascendente ou nenhuma mobilidade ascendente (manutenção e mobilidade descendente). Foram utilizados modelos lineares de efeitos mistos.
Resultados:
Foram avaliadas 1.716 crianças (71,4% da linha de base) após 10 anos de seguimento, e 60,6% das famílias mostraram mobilidade ascendente, com uma percentagem mais elevada entre as classes econômicas mais baixas. Também foi observada uma maior altura-para-idade entre aqueles de famílias com elevada classe econômica, tanto na infância (baixa classe econômica= -0,35 z-score; elevada classe econômica = 0,15 z-score, p < 0,01) e adolescência (baixa classe econômica= -0,01 z-score; elevada classe econômica= 0,45 z-score, p < 0,01), ao passo que a mobilidade ascendente não afetou o crescimento linear.
Conclusão:
Foi observada expressiva mobilidade social, mas a classe econômica na infância e a mobilidade social não apresentaram influência significativa na taxa de crescimento linear durante a infância nesta coorte do Centro-Oeste brasileiro.
Palavras-chave:
Nível socioeconômico; Mobilidade social; Crescimento; Estudos de coortes; Adolescente; Criança