RESUMO:
Objetivo:
Estimar a prevalência de multimorbidade em idosos longevos brasileiros (idade ≥80 anos) e relacioná-la com o uso de serviços de saúde.
Métodos:
Estudo transversal de base populacional com dados da Pesquisa Nacional de Saúde de 2019 (n=6.098). Foram estimadas as frequências de uso de serviços nos idosos com multimorbidade e segundo sexo, posse de plano de saúde médico e autoavaliação de saúde. Calcularam-se as prevalências e razões de prevalência brutas e ajustadas e respectivos intervalos de confiança de 95%.
Resultados:
A média de idade dos idosos foi de 85 anos e cerca de 62% eram mulheres; a prevalência de multimorbidade foi de 57,1%, maior nas mulheres, naqueles com plano de saúde e nos residentes na região Sul do país (p<0,05). Nos muito idosos com multimorbidade, o uso de serviços nos últimos 15 dias alcançou 64,6%, e mais de 70% estiveram internados no último ano ou deixaram de realizar atividades nas duas semanas anteriores por motivo de saúde. Observaram-se diferenças para os indicadores de uso de serviços em relação ao sexo, posse de plano de saúde médico e autoavaliação de saúde, segundo multimorbidade.
Conclusão:
Os indicadores de uso de serviços de saúde foram mais elevados nos idosos que acumulavam duas ou mais doenças crônicas, independentemente das condições sociodemográficas e da autoavaliação de saúde, o que denota o impacto da multimorbidade per se na determinação do uso de serviços entre os idosos mais velhos.
Palavras-chave:
Multimorbidade; Serviços de saúde; Idoso de 80 anos ou mais; Saúde do idoso; Doença crônica; Inquéritos epidemiológicos