RESUMO:
Objetivos:
Desenvolver um modelo preditivo para identificar profissionais de saúde com maior probabilidade de resultado negativo para dois testes de diagnóstico da infecção latente por Mycobacterium tuberculosis (ILTB).
Métodos:
Foi realizada uma análise secundária dos resultados publicados anteriormente de 708 profissionais de saúde da atenção primária, de cinco capitais brasileiras, submetidos à prova tuberculínica e ao Quantiferon®-TB Gold in-tube. Um modelo preditivo com árvore de classificação e regressão (CART, Classification and regression tree) foi construído. A avaliação do desempenho foi realizada por meio da análise receiver operating characteristics (ROC) e area under the curve (AUC). Utilizamos o mesmo banco de dados para validação cruzada do modelo.
Resultados:
Entre os 708 profissionais de saúde, 247 (34,9%) apresentaram resultado negativo para os testes. A CART identificou que os médicos e agentes comunitários de saúde apresentaram duas vezes mais chances de não estarem infectados (probabilidade = 0,60) que os enfermeiros e técnicos/auxiliares de enfermagem (probabilidade = 0,28) nos casos com menos de 5,5 anos de atuação na atenção primária. Na validação cruzada, a acurácia do modelo preditivo foi de 68% [intervalo de confiança de 95% (IC95%) 65 - 71)], AUC de 62% (IC95% 58 - 66), especificidade de 78% (IC95% 74 - 81) e sensibilidade de 44% (IC95% 38 - 50).
Conclusão:
Apesar do baixo poder preditivo do modelo, a CART permitiu identificar subgrupos com maior probabilidade de terem ambos os testes negativos. A inclusão de novas informações relacionadas ao risco de ILTB pode contribuir para a construção de um modelo com maior poder preditivo utilizando a mesma técnica.
Palavras-chave:
Tuberculose latente; Riscos ocupacionais; Aprendizado de máquina; Árvores de decisões