RESUMO:
Objetivo:
Avaliar a adesão dos profissionais de saúde a práticas de assistência pré-natal e neonatal para reduzir a mortalidade neonatal.
Métodos:
Estudo não controlado, do tipo antes-e-depois, que avaliou a mudança ocorrida entre os anos 2004 e 2012, após as intervenções propostas pelo Comitê Municipal de Investigação de Óbitos Infantis, Fetais e de Morte Materna (COMAI) na cidade de Pelotas, Rio Grande do Sul, na frequência de indicadores de processo de melhoria na assistência perinatal. Foram estudados 254 pacientes no ano de 2004 e 259 no ano de 2012.
Resultados:
Foi observado aumento de 65% na frequência do uso de corticoide pré-natal entre gestantes em trabalho de parto prematuro com idade gestacional ≤ 34 semanas (frequência de uso de 38,0 e 62,8% em 2004 e 2012, respectivamente; p < 0,001) e de 35% no uso de surfactante entre recém-nascidos ≤ 34 semanas de idade gestacional (41,3 e 55,6% em 2004 e 2012, respectivamente; p = 0,025), assim como uma redução de 16% na presença de hipotermia (70,8 e 59,4% em 2004 e 2012, respectivamente; p = 0,009) na admissão à unidade de terapia intensiva neonatal.
Conclusão:
Houve melhora em algumas das práticas de assistência pré-natal e neonatal. Ao final do período estudado, as frequências de uso de corticoide pré-natal e de surfactante foram menores do que as relatadas internacionalmente. No mesmo sentido, a frequência de hipotermia na admissão à unidade de terapia intensiva neonatal foi maior do que a observada em países desenvolvidos.
Palavras-chave:
Corticosteroides; Epidemiologia; Recém-nascido; Prematuro; Ressuscitação cardiopulmonar; Mortalidade infantil