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Fatores sociodemográficos e de área de residência associados à multimorbidade: resultados do Projeto Saúde Brumadinho

RESUMO

Objetivo:

Avaliar a prevalência de multimorbidade e os fatores sociodemográficos e de área de residência associados a essa condição entre adultos residentes em Brumadinho, Minas Gerais.

Métodos:

Estudo transversal realizado a partir dos dados da linha de base do Projeto Saúde Brumadinho, que foi conduzida no ano de 2021 e incluiu 2.777 indivíduos com 18 anos ou mais. A variável desfecho foi a multimorbidade, definida pela existência de duas ou mais entre 20 doenças crônicas. As variáveis exploratórias foram sexo, faixa etária, escolaridade, cor da pele e área de residência. A associação entre as variáveis exploratórias e a multimorbidade foi avaliada pela regressão logística.

Resultados:

A prevalência de multimorbidade foi de 53,8% (IC95% 50,6–56,9). Maior chance de multimorbidade foi encontrada entre as mulheres (ORajustado=2,5; IC95% 1,9–3,2), nos participantes com idade entre 40 e 59 (ORajustado= 2,8; IC95% 1,8–4,3) ou com 60 anos ou mais (ORajustado= 7,9; IC95% 4,7–13,4) e nos residentes em áreas que foram diretamente atingidas pelo rompimento da barragem (ORajustado=1,6; IC95% 1,3–2,0).

Conclusão:

A elevada carga de multimorbidade sobre a população de Brumadinho requer medidas preventivas eficazes e ações no âmbito populacional, mas principalmente entre aqueles grupos mais vulneráveis, ou seja, mulheres, indivíduos de meia-idade e idosos bem como aqueles diretamente atingidos pelo rompimento da barragem, além de oferta oportuna de cuidados de saúde, de modo a reverter esse quadro apresentado.

Palavras-chave:
Multimorbidade; Doença crônica; Desastres provocados pelo homem; Fatores socioeconômicos; Mineração; Coorte

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