RESUMO:
Objetivo:
Analisar as desigualdades socioeconômicas na prevalência autorreferida de doenças crônicas não transmissíveis e suas limitações na população adulta brasileira.
Métodos:
Estudo transversal com dados da Pesquisa Nacional de Saúde realizada em 2019. Calcularam-se as prevalências autorreferidas de indivíduos com alguma doença crônica não transmissível, segundo características sociodemográficas, e as prevalências e a razão de prevalência dessas doenças e seus graus de limitações, segundo escolaridade e posse de plano de saúde privado.
Resultados:
47,6% da população relatou ter pelo menos uma doença crônica não transmissível. As doenças crônicas não transmissíveis aumentaram progressivamente com a idade e foram mais prevalentes nas mulheres (RP 1,13; IC95% 1,10–1,15), nos indivíduos pretos (RP 1,04; IC95% 1,01–1,06) ou pardos (RP 1,05; IC95% 1,01–1,09), analfabetos ou com ensino fundamental incompleto (RP 1,12; IC95% 1,08–1,16), nos moradores das regiões Sudeste (RP 1,10; IC95% 1,05–1,14) e Sul (RP 1,07; IC95% 1,03–1,12) e entre os indivíduos que não possuem plano de saúde privado (RP 1,02; IC95% 1,00–1,05). Para a maioria das doenças crônicas não transmissíveis investigadas, a maior prevalência do relato de limitação esteve entre aqueles com baixa escolaridade e sem plano de saúde.
Conclusão:
Adultos com menor escolaridade e sem planos de saúde privados apresentam maior prevalência de doenças crônicas não transmissíveis e maior grau de limitação. É importante avaliar os indicadores de saúde ante as diferentes populações e desigualdades, a fim de diagnosticar e monitorar as iniquidades em saúde.
Palavras-chave:
Doença crônica; Pessoas com deficiência; Desigualdades em saúde; Iniquidade social