INTRODUÇÃO: Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) em mulheres permanecem um desafio para a Saúde Pública: elevada prevalência, dificuldade para implantação de estratégias de diagnóstico precoce e elevada ocorrência de sequelas. OBJETIVO: Identificar a prevalência de IST em usuárias de um serviço de atenção primária à saúde em São Paulo. MÉTODOS: Mulheres de 18 a 40 anos foram convidadas para realizar autocoleta de secreção vaginal para a detecção de Chlamydia trachomatis, Neisseria gonorrhoeae e Trichomonas vaginalis por meio de Reacão em Cadeia da Polimerase (PCR). As mulheres também responderam a um questionário com questões demográficas e relativas à história sexual face a face ou autoaplicado por meio de um computador. RESULTADOS: Das 781 mulheres incluídas no estudo, as prevalências obtidas foram: Chlamydia trachomatis (8,4%), Neisseria gonorrhoeae (1,9%) e Trichomonas vaginalis (3,2%). A positividade para pelo menos uma das três IST foi de 13%. As variáveis associadas independentemente com maior risco de IST foram: idade menor que 20 anos, mais de dois parceiros sexuais na vida e percepção de risco para IST; o uso de preservativo como método contraceptivo foi um fator protetor. CONCLUSÃO: A prevalência encontrada em usuárias indica a necessidade da implantação de estratégias de rastreamento de IST em serviços de atenção primária.
doenças sexualmente transmissíveis; mulheres; Chlamydia trachomatis; diagnóstico; Trichomonas vaginalis; Neisseria gonorrhoeae; atenção primária à saúde