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Avaliação do pico de fluxo expiratório em adolescentes e sua associação com material particulado em uma cidade brasileira de médio porte

RESUMO:

Introdução:

Altas concentrações de material particulado (MP10) estão associadas com o aumento da incidência de sintomas respiratórios e a diminuição da função pulmonar. Este estudo avalia os efeitos da poluição do ar na função pulmonar de crianças e adolescentes, usando medições de pico de fluxo expiratório por determinado período, em área exposta a emissões industriais.

Metodologia:

Este é um estudo de painel. Os efeitos da poluição nos sintomas respiratórios e no pico de fluxo expiratório (PEF) foram investigados em 117 crianças e adolescentes, em três escolas públicas localizadas na área de dispersão da pluma dos poluentes emitidos por uma indústria de mineração em uma cidade brasileira de médio porte, em 2008 e 2009. Médias diárias de MP10, temperatura e umidade foram coletadas pela rede de monitoramento na região. Associação entre registros diários de PEF e de MP10 foi avaliada utilizando modelos de regressão de efeito misto, controlando por temperatura, umidade e índice de massa corporal (IMC).

Resultados:

Cerca de 60 mil medidas de PEF foram realizadas. Aumentos de 14 µg/m3 de MP10 foram associados com diminuições das medições do PEF da manhã (-1,04%, intervalo de confiança de 95% - IC95% -1,32; -0,77) e à noite (-1,2%, IC95% -1,49; -0,92).

Discussão:

Neste estudo encontramos associação negativa significativa entre exposição a MP10 e pico de fluxo expiratório. Essas associações permaneceram significativas mesmo após o ajuste para temperatura, umidade, IMC, sexo, tosse, chiado e coriza.

Conclusão:

Os efeitos adversos foram encontrados sugerindo associação entre o aumento de MP10 e a função pulmonar reduzida.

Palavras-chave:
Poluição do ar; Material particulado; Criança; Adolescente; Estudos longitudinais

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