RESUMO:
Introdução:
A letalidade por tuberculose tem sido atribuída à quimioterapia irregular, à demora no diagnóstico, à multidrogarresistência, à coinfecção com o vírus da imunodeficiência humana (HIV).
Objetivo:
Analisar letalidade por tuberculose segundo sexo, apresentação clínica, presença da coinfecção pelo HIV, em Campinas, São Paulo, Brasil.
Metodologia:
Foram verificadas coortes de residentes em Campinas que morreram durante tratamento para tuberculose e aqueles notificados após óbito, agrupados em três intervalos: 2001-2003, 2004-2006 e 2007-2009. As informações foram obtidas no Banco de Dados para Vigilância da Tuberculose da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), com captação das notificações no Sistema de Notificação e Acompanhamento de Casos de Tuberculose da Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo. A significância estatística foi verificada pelo teste χ2 considerando p < 0,05.
Resultados:
Entre 2001 e 2009, foram diagnosticados 3.416 pacientes com tuberculose: 2.827 (82,8%) sem tratamento anterior e 589 (17,2%) com retratamentos. Entre o primeiro e o segundo triênio, o número de pacientes novos diminuiu 18% sem tratamento anterior e 23% entre retratamentos. Entre o segundo e o terceiro intervalo, a redução foi de 5 e 21%, respectivamente. A letalidade geral declinou de 11,4 para 9,9%, diferença mais significante entre os que haviam abandonado tratamento anteriormente (17,3 para 5,1%). A letalidade entre pacientes com coinfecção tuberculose-síndrome da imunodeficiência adquirida (Aids) foi 2-3 vezes maior que entre tuberculose sem aids durante todo o período estudado. A letalidade entre o primeiro e o terceiro triênio declinou no grupo com tuberculose-aids (24,8 para 19,5%), enquanto teve ligeiro aumento entre tuberculose sem aids (7,3 para 8%).
Conclusão:
Embora a mortalidade entre pacientes com tuberculose-aids tenha diminuído de 2001-2009, as taxas no grupo tuberculose sem aids permaneceram estagnadas. Melhorias no diagnóstico e no tratamento são necessárias para a redução da mortalidade entre pacientes com tuberculose em Campinas.
Palavras-chave:
Tuberculose; Aids; Letalidade; Comorbidade; Tratamento; Mortalidade