Partindo da premissa de que o "espaço importa", o presente estudo procura contribuir para os esforços analíticos voltados a investigar o impacto da segregação, aqui entendida como a concentração no espaço de estratos socioeconômicos semelhantes, sobre a capacidade de respostas das pessoas ou famílias aos vários problemas e riscos observados nas grandes aglomerações urbanas. Mais especificamente, este artigo pretende investigar, para o caso de uma região metropolitana emergente no Brasil (Campinas, no Estado de São Paulo), se há evidências do efeito da segregação sobre distintas características da inserção dos indivíduos no mercado de trabalho. A partir dos dados do Censo Demográfico de 2000, analisa-se de que forma o desemprego, a formalidade do trabalho e a proteção social da população economicamente ativa estariam influenciados tanto pelas características sociodemográficas, incluindo status migratório e condição de mobilidade intraurbana (pendularidade), quanto por sua localização no espaço regional. Como variável espacial relativa à segregação, propõe-se uma medida baseada no Índice de Moran Local, que busca identificar áreas homogêneas em termos da composição socioeconômica de seus habitantes. Os resultados obtidos, embora não conclusivos, sugerem a importância da localização sobre a forma de inserção dos indivíduos no mercado de trabalho, o que corrobora algumas proposições teóricas levadas em conta nesse estudo.
Segregação residencial; Mercado de trabalho; Mobilidade espacial da população