Resumo
Este artigo analisa a segregação residencial do ponto de vista étnico-racial em duas grandes regiões metropolitanas localizadas no Sul e Norte Globais: Londres (Reino Unido) e São Paulo (Brasil). Utilizaram-se índices espaciais globais e locais para mapear e mensurar as diferentes dimensões espaciais e escalas da segregação étnico-racial nas duas metrópoles. O estudo adotou uma abordagem relacional para a interpretação dos resultados que justapõe resultados globais e variações locais da segregação, dimensões espaciais complementares (dissimilaridade e exposição/isolamento), múltiplas escalas geográficas e padrões de localização espacial dos diferentes grupos étnico-raciais. Os resultados indicam que as regiões metropolitanas de Londres e São Paulo apresentam padrões espaciais de segregação centro-periferia similares, mas inversos. Os resultados também relevaram que os níveis de segregação de Londres são mais altos do que os de São Paulo, indicando que contraintuitivamente Londres é mais segregada étnico-racialmente do que São Paulo. Esses resultados são discutidos no contexto da literatura, explorando as similaridades e diferenças entre as duas regiões metropolitanas. O artigo conclui com uma discussão sobre a relevância dos resultados e uma reflexão sobre a agenda futura para os estudos sobre a segregação urbana.
Palavras-chave:
Segregação étnico-racial; Índices espaciais; Estudo comparativo; Londres; São Paulo