Resumo
Esse artigo procura levantar algumas reflexões em relação ao protagonismo da Associação de Mulheres do Porto do Capim na luta do território para fins de moradia. O debate envolve questões relacionadas ao direito à cidade através do agenciamento de noções de identidade, memória e patrimônio cultural, conduzida pelos moradores locais. Contudo, são as mulheres, organizadas politicamente, que estão à frente dos embates travados com o poder público. Procura-se mostrar em que medida um movimento de mulheres, ainda que não levante bandeiras feministas, é capaz de tencionar as estruturas do patriarcado ao negarem a possibilidade de remoção da comunidade e de propor formas alternativas de intervenções no território que garantam a manutenção do cotidiano das famílias, levando em conta a localização e mobilidade urbana, a instalação de serviços públicos de saúde e educação, de saneamento básico e qualificações dos espaços de uso coletivo do bairro.
Palavras-chave:
Gênero; Território; Identidade; Patrimônio cultural; Memória