Resumo
As redes sociais têm desempenhado importante papel na luta pelo direito à cidade e no empoderamento da sociedade. No Brasil, esse movimento é recente e surgiu frente a desastres e ameaças aos direitos e à qualidade de vida urbanos. O Movimento Ocupe Estelita luta contra a cidade negociada para atender aos interesses do capital, simbolizada pelo Projeto Novo Recife, um megaempreendimento proposto para o Cais Estelita. O movimento, iniciado em 2012, mostra sinais de resistência e de resiliência. Este artigo objetiva identificar as bases teóricas e empíricas dessa resiliência, a fim de que sirva de reflexão a outras experiências. A pesquisa e a análise foram baseadas em observação participante online/offline e em entrevistas com os acampados. O artigo apresenta uma cronologia dos desdobramentos do movimento no processo de ocupação e as posteriores campanhas de resistência e de luta. Finalmente, analisa a capacidade do movimento de se reinventar e de se fortalecer em face das contínuas disputas.
Palavras-chave:
direito à cidade; Direitos Urbanos; Movimento Ocupe Estelita; redes sociais; resiliência