Resumos
O trabalho foi conduzido na Estação Experimental de Itambé - IPA, em Itambé - PE, com o objetivo de avaliar o pegamento da enxertia pelo processo de garfagem no topo em fenda cheia, em porta-enxertos com nove meses de idade, de dez genótipos de pitangueira usados como copa. O delineamento experimental foi o de blocos ao acaso, com três repetições e dez tratamentos (IPA-1.1; IPA-1.3; IPA-2.2; IPA-3.1; IPA-3.2; IPA-4.3; IPA-7.3; IPA-11.3; IPA-14.3 e IPA-15.1). Os genótipos comportaram-se diferentemente quanto à capacidade de pegamento de enxertia, sendo IPA-7.3; IPA-2.2; IPA-11.3; IPA-4.3; IPA-3.1; IPA-14.3; IPA-15.1 e IPA-3.2 aqueles que apresentaram a melhor combinação enxerto x porta-enxerto, com valores de pegamento da enxertia variando de 81,5 a 53,5% para o primeiro e último genótipos, respectivamente. Os genótipos IPA-1.1 e IPA-1.3 obtiveram os menores percentuais de pegamento (20,0 e 38,5%, respectivamente).
Propagação vegetativa; pitanga; Myrtaceae; enxerto
In a trial carried out at Itambé Experimental Station -- IPA, Pernambuco State, Brazil, ten Surinam cherry genotypes were cleft grafted on nine months old rootstocks in order to evaluate their grafting ability: IPA-1.1; IPA-1.3; IPA-2.2; IPA-3.1; IPA-3.2; IPA-4.3; IPA-7.3; IPA-11.3; IPA- 14.3 and IPA-15.1. Genotypes behaved differently in its grafting ability, in which the majority of them has shown good relationship between rootstock x grafts. Grafting percentages ranged from 81.5% to 53.5% for the highest uptaking ( IPA-7.3, IPA-2.2, IPA-11.3, IPA-4.3, IPA-3.1, IPA14.3, IPA-15.1 and IPA-3.2, respectively) and 20.0% to 38.5% for the lowest ones (IPA-1.1 and IPA-1.3, respectively).
Vegetative propagation; Myrtaceae; graft; pitanga
PROPAGAÇÃO DE GENÓTIPOS DE PITANGUEIRA (Eugenia uniflora L.) PELO MÉTODO DE ENXERTIA DE GARFAGEM NO TOPO EM FENDA CHEIA1 1 (Trabalho 091/2001). Recebido: 24/04/2001. Aceito para publicação: 08/02/2002. 2 Eng. Agr., M.Sc., bolsista do CNPq, Empresa Pernambucana de Pesquisa Agropecuária - IPA, Caixa Postal 1022, CEP: 50761-000, Recife, PE. E-mail: emmanoel@ipa.br 3 Eng. Agr., Ph.D., Embrapa/IPA, bolsista CNPq; E-mail: ildo@ipa.br 4 Eng. Agr., B.Sc., IPA; E-mail: ipa@ipa.br 5 Eng. Agr., M.Sc., bolsista da Fundação de Amaparo à Ciência e Tecnologia de Pernambuco - Facepe, IPA; E-mail: josuef@ipa.br
JOÃO EMMANOEL FERNANDES BEZERRA2 1 (Trabalho 091/2001). Recebido: 24/04/2001. Aceito para publicação: 08/02/2002. 2 Eng. Agr., M.Sc., bolsista do CNPq, Empresa Pernambucana de Pesquisa Agropecuária - IPA, Caixa Postal 1022, CEP: 50761-000, Recife, PE. E-mail: emmanoel@ipa.br 3 Eng. Agr., Ph.D., Embrapa/IPA, bolsista CNPq; E-mail: ildo@ipa.br 4 Eng. Agr., B.Sc., IPA; E-mail: ipa@ipa.br 5 Eng. Agr., M.Sc., bolsista da Fundação de Amaparo à Ciência e Tecnologia de Pernambuco - Facepe, IPA; E-mail: josuef@ipa.br , ILDO ELIEZER LEDERMAN3 1 (Trabalho 091/2001). Recebido: 24/04/2001. Aceito para publicação: 08/02/2002. 2 Eng. Agr., M.Sc., bolsista do CNPq, Empresa Pernambucana de Pesquisa Agropecuária - IPA, Caixa Postal 1022, CEP: 50761-000, Recife, PE. E-mail: emmanoel@ipa.br 3 Eng. Agr., Ph.D., Embrapa/IPA, bolsista CNPq; E-mail: ildo@ipa.br 4 Eng. Agr., B.Sc., IPA; E-mail: ipa@ipa.br 5 Eng. Agr., M.Sc., bolsista da Fundação de Amaparo à Ciência e Tecnologia de Pernambuco - Facepe, IPA; E-mail: josuef@ipa.br , ERINALDO VIANA DE FREITAS4 1 (Trabalho 091/2001). Recebido: 24/04/2001. Aceito para publicação: 08/02/2002. 2 Eng. Agr., M.Sc., bolsista do CNPq, Empresa Pernambucana de Pesquisa Agropecuária - IPA, Caixa Postal 1022, CEP: 50761-000, Recife, PE. E-mail: emmanoel@ipa.br 3 Eng. Agr., Ph.D., Embrapa/IPA, bolsista CNPq; E-mail: ildo@ipa.br 4 Eng. Agr., B.Sc., IPA; E-mail: ipa@ipa.br 5 Eng. Agr., M.Sc., bolsista da Fundação de Amaparo à Ciência e Tecnologia de Pernambuco - Facepe, IPA; E-mail: josuef@ipa.br & JOSUÉ FRANCISCO DA SILVA JÚNIOR5 1 (Trabalho 091/2001). Recebido: 24/04/2001. Aceito para publicação: 08/02/2002. 2 Eng. Agr., M.Sc., bolsista do CNPq, Empresa Pernambucana de Pesquisa Agropecuária - IPA, Caixa Postal 1022, CEP: 50761-000, Recife, PE. E-mail: emmanoel@ipa.br 3 Eng. Agr., Ph.D., Embrapa/IPA, bolsista CNPq; E-mail: ildo@ipa.br 4 Eng. Agr., B.Sc., IPA; E-mail: ipa@ipa.br 5 Eng. Agr., M.Sc., bolsista da Fundação de Amaparo à Ciência e Tecnologia de Pernambuco - Facepe, IPA; E-mail: josuef@ipa.br
RESUMO - O trabalho foi conduzido na Estação Experimental de Itambé - IPA, em Itambé - PE, com o objetivo de avaliar o pegamento da enxertia pelo processo de garfagem no topo em fenda cheia, em porta-enxertos com nove meses de idade, de dez genótipos de pitangueira usados como copa. O delineamento experimental foi o de blocos ao acaso, com três repetições e dez tratamentos (IPA-1.1; IPA-1.3; IPA-2.2; IPA-3.1; IPA-3.2; IPA-4.3; IPA-7.3; IPA-11.3; IPA-14.3 e IPA-15.1). Os genótipos comportaram-se diferentemente quanto à capacidade de pegamento de enxertia, sendo IPA-7.3; IPA-2.2; IPA-11.3; IPA-4.3; IPA-3.1; IPA-14.3; IPA-15.1 e IPA-3.2 aqueles que apresentaram a melhor combinação enxerto x porta-enxerto, com valores de pegamento da enxertia variando de 81,5 a 53,5% para o primeiro e último genótipos, respectivamente. Os genótipos IPA-1.1 e IPA-1.3 obtiveram os menores percentuais de pegamento (20,0 e 38,5%, respectivamente).
Temos para indexação: Propagação vegetativa, pitanga, Myrtaceae, enxerto.
PROPAGATION OF SURINAM CHERRY (Eugenia uniflora L.) GENOTYPES BY CLEFT GRAFTING
ABSTRACT- In a trial carried out at Itambé Experimental Station ¾ IPA, Pernambuco State, Brazil, ten Surinam cherry genotypes were cleft grafted on nine months old rootstocks in order to evaluate their grafting ability: IPA-1.1; IPA-1.3; IPA-2.2; IPA-3.1; IPA-3.2; IPA-4.3; IPA-7.3; IPA-11.3; IPA- 14.3 and IPA-15.1. Genotypes behaved differently in its grafting ability, in which the majority of them has shown good relationship between rootstock x grafts. Grafting percentages ranged from 81.5% to 53.5% for the highest uptaking ( IPA-7.3, IPA-2.2, IPA-11.3, IPA-4.3, IPA-3.1, IPA14.3, IPA-15.1 and IPA-3.2, respectively) and 20.0% to 38.5% for the lowest ones (IPA-1.1 and IPA-1.3, respectively).
Index terms: Vegetative propagation, Myrtaceae, graft, pitanga.
INTRODUÇÃO
O cultivo da pitangueira (Eugenia uniflora L.) no Estado de Pernambuco vem crescendo a cada ano em razão da utilização do seu fruto para o preparo de polpa e suco, bem como para a fabricação de sorvetes, refrescos, geléias, licores e vinhos (Lederman et al., 1992; Bezerra et al., 2000).
Apesar da expansão e do potencial econômico de exploração dessa cultura, a maioria dos pomares existentes é proveniente de plantas propagadas por sementes, o que tem refletido negativamente na condução dos pomares, resultando em plantas desuniformes, de baixa produtividade e dando origem a frutos de má qualidade.
A propagação vegetativa por meio da enxertia tem sido uma técnica bastante utilizada na fruticultura, garantindo a formação de pomares com populações de plantas homogêneas (Gonzaga Neto et al., 1982; Dantas et al., 1993; Lederman et al., 1997). Além disso, a enxertia possibilita a união de mais de um genótipo, combinando as características desejáveis de ambos em uma planta composta (Hartmann & Kester, 1968).
Segundo Bezerra et al. (1999), os processos de enxertia dos tipos garfagem no topo em fenda cheia e à inglesa simples, realizados em porta- enxertos com 9 e 12 meses de idade, foram os métodos mais eficientes na propagação da pitangueira, alcançando-se com esses processos 77,5% de pegamento do enxerto.
Bezerra et al. (1995, 1997) relacionaram dez clones de pitangueira com elevado potencial produtivo e boas características agronômicas, para a região da Mata Pernambucana. No entanto, sabendo-se da existência de diferenças entre os clones estudados, as quais, segundo Simão (1971), podem afetar o pegamento de enxerto, em razão da influência recíproca entre o enxerto e o porta-enxerto, procurou-se, nesse trabalho, avaliar o melhor pegamento da enxertia entre os genótipos selecionados.
MATERIAL E MÉTODOS
O trabalho foi conduzido no período de julho de 1999 a maio de 2000, na Estação Experimental de Itambé, da Empresa Pernambucana de Pesquisa Agropecuária - IPA, localizada no Município de Itambé, na Zona da Mata Norte de Pernambuco. O clima da região, de acordo com a classificação de Köppen, é do tipo As' - tropical chuvoso quente e úmido com verão seco.
Utilizou-se o delineamento experimental de blocos ao acaso, com três repetições, dez tratamentos e 20 plantas por parcela. Os tratamentos foram constituídos dos genótipos IPA-1.1; IPA-1.3; IPA-2.2; IPA-3.1; IPA-3.2; IPA-4.3; IPA-7.3; IPA-11.3; IPA-14.3 e IPA-15.1, utilizados como enxertos.
Para a formação dos porta-enxertos, utilizaram-se sacos de polietileno pretos, perfurados de 20 x 35cm, contendo substrato de terra local e esterco de gado na proporção de 3:1. As mudas do porta-enxerto foram obtidas de sementes retiradas de frutos maduros colhidos de uma única planta.
O método de enxertia utilizado foi o de garfagem no topo em fenda cheia, realizado em porta-enxertos do genótipo IPA-2.2 com nove meses de idade e a 65cm de altura, conforme procedimentos descritos por Bezerra et al. (1999). Os garfos com 10cm de comprimento, 5mm de diâmetro e aproximadamente cinco gemas foram coletados da porção mediana de ramos anuais lignificados.
As avaliações foram feitas aos 45 dias após a realização da enxertia, observando-se, para cada tratamento, o pegamento dos enxertos que apresentavam gemas vegetativas em crescimento. Para efeito da análise estatística dos resultados, os dados foram transformados em
RESULTADOS E DISCUSSÃO
As médias de pegamento de enxertos, em relação aos genótipos, estão apresentadas na Tabela 1. Comparando-se os percentuais de pegamento, verificou-se que oito genótipos se comportaram semelhantemente (IPA-7.3; IPA-2.2; IPA-11.3; IPA-4.3; IPA-3.1; IPA-14.3; IPA-15.1 e IPA-3.2), apresentando percentuais acima de 53% de pegamento de enxerto. A maior porcentagem de pegamento de enxerto foi obtida pelo genótipo IPA-7.3 (81,5%). Esses resultados coincidem com os citados por Bezerra et. al. (1999), que alcançaram percentuais da ordem de 77,5%.
A menor percentagem de pegamento de enxerto foi para o genótipo IPA-1.1 (20,0%), que diferiu de todos os outros genótipos estudados com exceção do IPA-1.3 (38,5%). Acredita-se que os baixos percentuais encontrados para esses genótipos estejam relacionados com a qualidade dos garfos utilizados, os quais poderiam não estar suficientemente maduros (lignificados) para permitir o pegamento. Ou ainda, ao fato de os porta-enxertos usados terem sido provenientes de sementes, o que produziria uma certa variabilidade genética nos mesmos.
Outra possibilidade pode ser atribuída a uma reduzida compatibilidade entre enxerto e porta-enxerto, já que ela é função da afinidade fisiológica e anatômica. Segundo Simão (1971), a primeira diz respeito à região da enxertia, que pode tornar-se seletiva, dificultando o transporte de elementos maiores, micronutrientes e compostos orgânicos da raiz para a copa e vice-versa. A outra consiste na íntima associação dos tecidos cambiais de maneira a formarem uma conexão contínua que pode ser comprometida quando a copa e o porta-enxerto possuem células diferentes quanto ao tamanho, forma e consistência.
CONCLUSÕES
1. Os genótipos de pitangueira comportam-se diferentemente quanto à capacidade de pegamento de enxertia.
2. Os genótipos que apresentaram melhor pegamento de enxertia foram IPA-7.3; IPA-2.2; IPA-11.3; IPA-4.3; IPA-3.1; IPA-14.3; IPA-15.1 e IPA-3.2.
3. Os genótipos IPA-1.1 e IPA-1.3 obtiveram os menores percentuais de pegamento de enxertia.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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- SIMÃO, S. Manual de fruticultura São Paulo: Ceres, 1971. 530 p.
Datas de Publicação
-
Publicação nesta coleção
23 Jul 2002 -
Data do Fascículo
Abr 2002
Histórico
-
Aceito
08 Fev 2002 -
Recebido
24 Abr 2001