Nos últimos 60 anos, as densidades de plantio para macieiras têm aumentado, uma vez que sistemas avançados de manejo têm sido desenvolvidos e a necessidade de produção precoce tem se tornado crítica. Porta-enxertos anões tem representado a chave para as dramáticas mudanças no tamanho das plantas, espaçamento e precocidade da produção. Em muitas partes do mundo, estacas Malling (M.9 e M.26) anãs têm representado a base para o adensamento do pomar, mas em outras áreas como no Brasil, porta-enxertos mais vigorosos tal como Marubakaido têm sido usados com um filtro M.9. Em anos recentes, o porta-enxerto Budagovsky 9 tem se tornado importante em áreas suscetíveis ao fogo bacteriano devido a sua tolerância à doença nos pomares. Novos porta-enxertos de Geneva® (G.11, G.41, G.202 and G.935), resistentes ao fogo bacteriano estão começando a ser plantados, oferecendo alta eficiência em produtividade e tolerância à doença. Além disso, eles são tolerantes às doenças da replanta, que vêm se tornando mundialmente, um problema sério em muitas áreas produtoras de maçã. Uma segunda tendência marcante tem sido a crescente importância do melhoramento para novas cultivares e porta-enxertos. Novas cultivares têm propiciado oportunidades de preços mais altos, até que elas sejam super-produzidas. Isso tem levado ao desenvolvimento de sociedades que controlam a produção e a comercialização, de forma a manter os preços altos. Essa situação tem levado a que muitos fruticultores se tornem incapazes de plantar algumas cultivares. Além do melhoramento tradicional, marcadores moleculares têm sido desenvolvidos de modo a propiciar a tecnologia de identificação 'fingerprinting' de variedades e porta enxertos. Genes importantes de porta-enxertos e cultivares têm sido mapeados e podem ser usados na seleção assistida por meio de marcadores moleculares, de futuras seleções de porta enxertos e cultivares. Outros avanços importantes na pomicultura incluem o desenvolvimento de árvores pré-formadas, desenvolvimento de estratégias de poda mínima e estudos fisiológicos de ângulo foliar que têm também contribuído para as mudanças dramáticas na produção precoce entre o segundo e o quinto ano após o plantio. Estudos sobre a interceptação e distribuição da luz têm conduzido a estratégias práticas de poda e aprimoramento da arquitetura das plantas, propiciando frutos de melhor qualidade. Estratégias simples de poda e máquinas têm resultado em mecanização parcial ou completa da poda, com redução dos custos de manejo. Novos reguladores de crescimento para desbaste e desenvolvimento de modelos de desbaste baseados no balance de carboidratos da planta têm melhorado a habilidade da planta apresentar alta produtividade, com a geração de frutos graúdos. Outros novos reguladores de crescimento têm também permitido controlar o crescimento dos ramos, controlar a queda pré-colheita dos frutos e controlar o amolecimento dos frutos no armazenamento pós-colheita. No futuro, haverá melhoramento continuado da nossa compreensão da fisiologia da planta que conduzirá a um aprimoramento do manejo dos pomares, mas é provável que haja grandes mudanças nos sistemas de produção e manejo dos pomares mediante pesquisas em genômica e engenharia genética. Deverão estar envolvidos conhecimentos no âmbito do controle genético do nanismo, precocidade, enraizamento, desenvolvimento vegetativo, florescimento, frutificação e resistência a doenças, que levarão à obtenção de novas variedades-copa e porta-enxertos, com redução do custo de manejo e produção. Será também possível que uma vez identificados os genes que controlam o nanismo, a precocidade e o enraizamento, possa haver a incorporação de tais características, às novas variedades-copa, eliminando, portanto, a necessidade de porta-enxertos.
sistema de plantio; porta-enxertos; luz; práticas culturais; genômica