Resumo
A enxertia é utilizada de maneira eficaz para o cultivo de espécies frutíferas comerciais, uma vez que é necessário garantir as caraterísticas genéticas de espécies produtivas com o emprego de clones selecionados. Apesar de a enxertia ser técnica comum e amplamente difundida, e os hormônios terem papel chave na formação de tecidos, a relação de fitormônios como o ácido abscísico com mecanismos de incompatibilidade ainda não está bem elucidada. Desta forma, o objetivo deste estudo foi avaliar se existe correlação entre as variações do ácido abscísico com a compatibilidade de atemoeira (Annona x atemoya Mabb.) cultivar ‘Thompson’, enxertada em biribazeiro [Annona mucosa (Bail.) H. Rainer], e plantas de araticum-mirim [Annona emarginata (Schltdl.) H. Rainer variedade mirim] e araticum-de-terra-fria [Annona emarginata (Schltdl.) H. Rainer variedade terra-fria]. O cultivo das plantas foi realizado no Departamento de Botânica do Instituto de Biociências de Botucatu (IB), Unesp, município de Botucatu-SP. O material vegetal de plantas enxertadas (caule acima da região enxertada, caule contendo a região enxertada e caule abaixo da região enxertada) e não enxertadas (caule situado a 20 cm acima do solo) foi coletado aos 500 dias após a enxertia (D.A.E.) para a extração e quantificação do ácido abscísico. Os resultados deste estudo evidenciam que as anonáceas (pé-francos) apresentam variações na concentração de ácido abscísico entre as espécies de porta-enxertos nativas, e quando enxertadas; além do mais, as combinações mais utilizadas atualmente, araticum-de-terra-fria e araticum-mirim, apresentam as mesmas concentrações de ácido abscísico na região enxertada que da atemoia enxertada nela mesma. Conclui-se que as variações observadas nas concentrações de ácido abscísico na região enxertada não provocaram incompatibilidade nas combinações de atemoeira enxertada em diferentes espécies nativas.
Termos para indexação
fitormônios; porta-enxerto; restabelecimento vegetal pós-enxertia