RESUMO
A interação entre o porta-enxerto, a copa e o ambiente pode induzir diferentes respostas à fisiologia da videira e, consequentemente, à composição da uva. Os vinhedos da Serra Gaúcha são estabelecidos em diferentes tipos de solo, cada um apresentando propriedades morfológicas e físico-químicas particulares. Além disso, as videiras são enxertadas em uma grande diversidade de porta-enxertos. Portanto, esta pesquisa teve como objetivo determinar o efeito de 15 porta-enxertos na composição do mosto da uva Cabernet Sauvignon (CS). Utilizaram-se os seguintes porta-enxertos: Rupestris du Lot, Mgt. 101-14, C 3309, Mgt. 420A, K 5BB, C 161-49, SO4, Solferino, P 1103, R 99, R 110, Gravesac, Fercal, Dogridge e Isabel, que, juntos, apresentam certa diversidade genética. O delineamento experimental foi em blocos casualizados, com 15 tratamentos, três repetições e 10 plantas por parcela. As uvas, maduras, foram colhidas durante quatro anos e, após, esmagadas para vinificação. Em seguida, os mostos foram centrifugados para separar a fase sólida da líquida, a qual foi usada para as análises de variáveis relacionadas a açúcar, acidez e minerais. Os dados foram submetidos à análise de correlação e à Análise de Componentes Principais. Os principais resultados da média dos quatro anos mostram que os mostos das combinações CS/Mgt. 101-14, CS/C 161-49, CS/C 3309, CS/Rupestris du Lot e CS/Gravesac tiveram, em geral, maiores valores de densidade, sólidos solúveis totais, pH e relação °Brix/acidez titulável e menores de acidez titulável, a qual foi elevada nos mostos de CS/R 99, CS/R 110, CS/Dogridge e CS/P 1103. As maiores concentrações de potássio foram as dos mostos de uvas provenientes de CS/SO4 e CS/K 5BB. A acidez titulável não se correlacionou com a densidade e os sólidos solúveis totais, mas positivamente com a produtividade do vinhedo. O pH correlacionou-se positivamente com a densidade, os sólidos solúveis totais e a concentração de potássio.
Termos para indexação Vitis vinifera; videira; enxertia; composição; minerais