A leishmaniose é considerada uma importante causa de morbidade e mortalidade a nível mundial, principalmente nos países tropicais. As formas cutânea e mucocutânea são causadas, entre outras espécies, por Leishmania braziliensis. Na procura de compostos leishmanicidas de origem natural, foi estudada a atividade da mistura de alcalóides de Ervatamia coronaria (Apocynaceae) contra amastigotas de L. braziliensis em 6 concentrações diferentes (1, 10, 20, 25, 50 e 100 µg/mL). Foram tratados macrófagos de ratos da linha J774, infectados com promastigotas de L. braziliensis, com a mistura de alcalóides 1 hora após-infecção e diariamente por 3 dias sem mudança de meio. As experiências de citotoxicidade foram efetuadas sobre os macrófagos com azul tripam. Todos os cultivos foram feitos de forma triplicada e os grupos de controle não foram submetidos à mistura de alcalóides. Foi obtido que o composto adicionado exerce atividade doses/dependente sobre a parasita. No entanto, as concentrações mais altas (50 e 100 µg/mL), adicionado durante 3 dias, mostraram os maiores índices de infecção, provavelmente devido a diminuição no número de macrófagos, sobre os quais não foi observado efeito tóxico do tratamento durante 24 horas DL50/24h = 233,52 µg/mL. Os resultados dessa pesquisa revelaram uma nova atividade farmacológica de alcalóides da espécie Ervatamia coronaria sobre a forma amastigota de Leishmania braziliensis, com IC50 = 2,6 e 12,4 µg/mL sem mostrar toxicidade sobre a célula hospedeira.
Leishmania; alcalóides; Ervatamia coronaria; Apocynaceae; citotoxicidade; amastigota