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Plantas tradicionalmente utilizadas contra malária: investigação fitoquímica e farmacológica de Momordica foetida

Folhas de Momordica foetida tradicionalmente usadas para tratar sintomas de malária em partes da África Oriental foram estudadas in vitro com respeito à sua atividade antimalárica. Utilizando-se o teste de incorporação de hipoxantina [³H] a atividade antiplasmódica dos extratos hidrofílico e lipofílico contra a cepa sensíveis a cloroquina poW e o clone multiresistente Dd2 de Plasmodium falciparum foi determinada. O extrato éter de petróleo/acetato de etila mostrou atividade significativa com valores de CI50 de 7,3 µg/mL (poW) e 13,0 µg/mL (Dd2). A citotoxicidade foi estimada em duas linhas de células humanas HepG2 e ECV-304 e o índice de seletividade (IS) foi calculado, variando entre 12 e 15. A análise fitoquímica levou ao isolamento de um número de glicosídeos fenólicos, por exemplo eriodictiol-, 5,7,4’-triidroxiflavanona, kaempferol e 5,7-diidroxicromona-7-O-beta-D-glicopiranosideo, descritos pela primeira vez de M. foetida. Na tentativa de provar um possível modo de ação foi avaliada a influência dos extratos brutos bem como dos compostos isolados sobre a degradação da heme usando-se cloroquina como composto de referência. O extrato acetato de etila mostrou inibição da degradação da heme em torno de 88%, bastante similar a cloroquina (84%) e também o eriodictiol-7-O-beta-D-glicopiranosideo (2) inibiu a degradação da heme em 86%.

Momordica foetida; Cucurbitaceae; glicosídeos de flavonóides; teste de GSH-haemin; malária; medicina tradicional


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