O presente ensaio propõe a discussão de questões epistemológicas referentes ao ensino de Farmacognosia e seu papel na formação e apropriação de uma cultura científica entre os estudantes dos cursos de Farmácia, além das possibilidades de contribuição da disciplina para o estabelecimento de um novo modelo de prática profissional. Defende que há uma estreita relação entre a crise de identidade profissional da Farmácia e incongruências epistemológicas na matriz disciplinar da Farmacognosia, o que, do ponto de vista pedagógico implica em obstáculos para o processo de ensino e aprendizagem da disciplina. Além disso, o caráter experimental da Farmacognosia comporta uma concepção de ciência e do objeto de conhecimento que influenciam na seleção de conteúdos e pode constituir obstáculos na mediação e apropriação de conhecimentos e demandas necessárias para a prática profissional da Farmácia.
Ensino farmacêutico; farmacognosia; epistemologia