A Mata Atlântica é um dos ecossistemas mais ameaçados do planeta, sendo reconhecida como uma área de grande biodiversidade sob alto nível de stress. A área cosmecêutica abrange medicamentos de uso tópico e cosméticos, e o uso de produtos naturais para aplicação externa sempre foi observado em diversas culturas. Este trabalho trata de uma análise etnofarmacognóstica de dois compêndios botânicos (CB): Dicionário das Plantas Úteis do Brasil - e das exóticas cultivadas, compilado por Pio Correa (PC) e Flora Ilustrada Catarinense (FIC). Destes compêndios, foram selecionadas espécies com uso cosmecêutico ou com características fisico-químicas e organolépticas relacionadas. Essas espécies selecionadas foram analisadas quanto à validade da nomenclatura botânica e a ocorrência de publicação científica, e quanto ao risco de extinção. PC e FIC apontaram que 245 espécies vegetais, pertencendo a 98 famílias, possuem uso cosmecêutico no Brasil. As famílias mais citadas foram: Asteraceae, Fabaceae, Myrtaceae, Annonaceae, Clusiaceae, Anacardiaceae, Apiaceae, Bignoniaceae e Solanaceae. As partes usadas mais citadas foram cascas, folhas e partes aéreas. As propriedades mais citadas foram efeito tônico e adstringente, seguido de efeito cicatrizante, emoliente, antiinflamatório, antiúlcera, anti-séptico, parasiticida e clareador da pele. De acordo com a pesquisa bibliográfica no Pubmed, a maioria das espécies selecionadas (65%) não foi investigada farmacológica e quimicamente.
Mata Atlântica; cosmecêuticos; etnobotânica