CONTEXTUALIZAÇÃO: O sistema de saúde pública no Brasil apresenta uma alta demanda para a reabilitação de indivíduos após acidente vascular encefálico (AVE). Consequentemente, a condução de ensaios clínicos com essa população deveria ser simples. OBJETIVOS: Determinar a taxa de recrutamento de sobreviventes de AVE para ensaio controlado aleatorizado sobre os efeitos do fortalecimento muscular em adição ao treino específico de marcha; comparar a eficácia de várias estratégias de recrutamento e determinar a presença nas sessões de treinamento assim como a adesão ao protocolo de intervenção. MÉTODOS: Sobreviventes de AVE há menos de seis meses foram triados para elegibilidade e convidados a participar do estudo. Estratégias de recrutamento foram classificadas como propagandas ou encaminhamento. O número de pessoas triadas, elegíveis e recrutadas por cada estratégia assim como presença nas sessões e adesão ao protocolo de intervenção foram registrados. RESULTADOS: Durante 14 meses, 150 indivíduos foram triados e dez, recrutados. Trinta e cinco (23%) eram elegíveis; 25 deles (71%) eram incapazes de participar do estudo, sendo a falta de recursos para transporte a principal razão. Encaminhamento por meio de fisioterapeutas de hospitais representou a estratégia de recrutamento de maior sucesso (50%). A taxa de presença foi de 72%, e a taxa de adesão foi de 97%. A falta de transporte representou a principal razão para falta nas sessões de intervenção. CONCLUSÕES: A falta de recursos para o transporte representou a principal barreira à participação e presença. Portanto, o financiamento de transporte torna-se essencial para a condução de ensaios clínicos viáveis no Brasil. Registro de Ensaios Clínicos ACTRN12609000803291.
ensaio controlado aleatorizado; força muscular; AVE; marcha; fisioterapia