Imagens de radar são úteis em geologia devido à visão sinóptica e a uma cobertura a um custo relativamente baixo. Particularmente na região amazônica, o uso de imagens de radar em aplicações geológicas é favorecido pela capacidade de realce do relevo (macrotopografia), da rugosidade superficial (microtopografia) e da constante dielétrica, independente da presença de nuvens, ângulo solar e condições de iluminação. A microtopografia do terreno, realçada neste tipo de imagem, permite que a textura das imagens de radar possa ser usada no mapeamento das coberturas lateríticas mineralizadas em ferro do depósito N1, localizado na Província de Carajás. A investigação se baseou em imagens adquiridas por radar aerotransportado (SIVAM/SIPAM, banda L-hh, L-hv e L-vv), cujas faixas de voo foram degradadas visando à simulação do SAR orbital MAPSAR. Os dados foram analisados através de classificações texturais, derivadas de medidas obtidas por meio de Matriz de Co-ocorrência dos Níveis de Cinza (MCNC) com o objetivo de mapeamento das unidades lateríticas em N1. Muitas diferenças foram encontradas entre as classes mapeadas e o mapa de verdade terrestre. Nem todas as classes foram separadas, mas a hematita apresentou alto desempenho na classificação. Esta classe foi sensível aos parâmetros do alvo e do sensor, especialmente a macrotopografia e as características físicas. Os resultados mostraram que a classificação baseada em MCNC pode ser usada como ferramenta preliminar de mapeamento das lateritas e como um guia para verificação de campo.
Amazônia; Radar de Abertura Sintética; MAPSAR; atributo textural; cobertura laterítica; SIVAM; L-hh; L-hv; L-vv